![]() |
Os pesquisadores da Universidade de Columbia, Estados Unidos, da Agência Espacial Americana (Nasa), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) combinaram imagens do satélite MODIS com estatísticas de desmatamento para fazer uma análise das mudanças no uso da terra. Os resultados foram comparados com estudos realizados anteriormente, que demonstravam a relação entre a expansão da soja e o aumento da derrubada de florestas no estado.
Segundo o estudo, na segunda metade da década de 2000, o desmatamento diminuiu no Mato Grosso, mesmo quando a rentabilidade favorecia a produção da soja, como em 2008. Além disso, os pesquisadores verificaram que esta redução do desmatamento na floresta não resultou na migração da soja para outras paisagens, como o cerrado, ou outros estados, como Pará ou Rondônia.
Uma conclusão importante dos pesquisadores é que a restauração de áreas degradadas e o uso de melhor tecnologia pode aumentar a produtividade das pastagens e liberar terras suficientes para acomodar o crescimento da soja previsto até 2030.
A redução da derrubada de floresta ocorreu em um momento em que foram adotadas políticas que restringiram o crédito e o acesso ao mercado externo aos desmatadores, como a Moratória da Soja. Mas o estudo ressalta que estas medidas podem não ter sido o principal fator na redução. Na mesma época, também houve condições de mercado desfavoráveis ao desmate.
O texto destaca também que diminuir o desmatamento não é suficiente para preservar as florestas remanescentes, que podem ser afetadas pela exploração madeireira e pelo fogo.
Saiba Mais
Artigo original – “Decoupling of deforestation and soy production in the southern Amazon during the late 2000s“, by Marcia N. Macedo, Ruth S. DeFries, Douglas C. Morton, Claudia M. Stickler, Gillian L. Galford, and Yosio E. Shimabukuro
Leia também

Câmara aprova norma com retrocessos ao Código Florestal e à Lei da Mata Atlântica
“Jabutis” colocados em Medida Provisória 1150/2022 fragilizam regularização ambiental e aumentam possibilidade de desmatamento em vegetação primária na Mata Atlântica. SNUC também foi afetado →

Recursos chineses podem ampliar impactos em estados pantaneiros
A reaproximação Brasil-China pode azeitar investimentos, inclusive em usinas no rio Cuiabá. Os aportes já somam ao menos R$ 38 bilhões →

Despreparo do Congresso sobre clima prejudica investimentos internacionais no país, diz especialista
Novas regras da União Europeia poderão causar desarranjos na produção de commodities, mas ainda não são suficientes para fazer do clima uma pauta para além do espectro ‘direita e esquerda', segundo análise de Mônica Sodré, da Rede de Ação Política pela sustentabilidade →
Como podemos fazer ajudar o meio ambiente, e lucrar com isso?