Notícias

VII CBUC: Mostra fotográfica alerta para risco de extinção

ICMBio expõe no VII CBUC coleção de fotos de animais, entre as 627 espécies em risco, como Ararinha-azul, Baleia Jubarte e Perereca-verde.

Fabíola Ortiz ·
26 de setembro de 2012 · 13 anos atrás

Natal (RN) – Pelo menos 627 espécies de animais correm risco de extinção no Brasil. O alerta foi feito pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que realiza uma mostra fotográfica durante o VII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), nesta semana, em Natal.

Segundo Claudia Camurça, idealizadora e curadora da exposição “Patrimônios Naturais: Edição Espécies Ameaçadas da Fauna Brasileira”, o objetivo é informar aos ambientalistas, pesquisadores, gestores e técnicos de Unidades de Conservação (UCs) que participam do VII CBUC para a necessidade de contribuir com este esforço de preservação.

“A exposição concebida pelo ICMBio mostra 26 painéis fotográficos que representam uma pequena amostra das espécies ameaçadas no país. Temos a onça pintada, por exemplo, no Pantanal que está ameaçada”, disse Camurça. “O fundamental é informar que essas espécies não devem ser extintas, como já aconteceu com a Ararinha-azul que hoje está completamente extinta na natureza. Aqui temos uma pequena amostra de grandes grupos, como o peixe-boi, o periquito da cara-suja que requerem programas de proteção”.

Clique para ampliar. Fotos: Marcio Isensee

Ararinha-azul já está extinta

Com apenas 410 gramas de peso, a Ararinha-azul (Icyanopsitta spixii) está extinta na natureza devido ao histórico de destruição de seu habitat e intensa captura para tráfico ilegal de animais. Existem apenas 75 exemplares em cativeiro. Em 2000, foi avistado pelo última vez um espécime selvagem. O Plano de Ação Nacional da Ararinha-Azul quer aumentar a população em cativeiro e preparar o habitat natural para, em 2021, começar um programa para reintroduzir a espécie na natureza.

Já a Baleia Jubarte (Megaptera novaengliae) é um mamífero aquático que pode chegar a medir 16 metros e pesar 40 toneladas. A espécie entrou em risco de extinção devido à captura para consumo humano. A caça ilegal acabou no Brasil em 1987, mas ameaças como o aquecimento global , o aumento do tráfego marítimo, a poluição e o risco de acidentes com redes de pesca continuam ameaçando a sua preservação.

O Sauim-de-coleira (Saguinius bicolor) é um dos mamíferos mais ameaçados do bioma amazônico. Pode pesar até 550 gramas e medir até 32cm  da cabeça ao tronco, mais uma cauda de 42cm. O desmatamento e a fragmentação das florestas nas proximidades de Manaus, no Amazonas, e ao longo das estradas são as principais ameaças.

A Perereca-verde (Agalychnis granulosa) é um anfíbio de comprimento de 39 milímetros. Atualmente, a espécie vive em uma única unidade de conservação, a Estação Ecológica do Murici, em Alagoas.

O Peixe-boi marinho (Trichechus manatus) pode medir até 4 metros e pesar 600 kg. Apesar de grande, é um dócil animal e está criticamente em perigo. Para tentar salvá-lo, o Plano de Ação Nacional de Sirênios busca combater a caça ilegal, o assoreamento dos rios e o desmatamento dos mangues, que servem de berçário para o peixe-boi.

  • Fabíola Ortiz

    Jornalista e historiadora. Nascida no Rio, cobre temas de desenvolvimento sustentável. Radicada na Alemanha.

Leia também

Notícias
19 de dezembro de 2025

STF derruba Marco Temporal, mas abre nova disputa sobre o futuro das Terras Indígenas

Análise mostra que, apesar da maioria contra a tese, votos introduzem condicionantes que preocupam povos indígenas e especialistas

Análises
19 de dezembro de 2025

Setor madeireiro do Amazonas cresce à sombra do desmatamento ilegal 

Falhas na fiscalização, ausência de governança e brechas abrem caminho para que madeira de desmate entre na cadeia de produção

Reportagens
19 de dezembro de 2025

Um novo sapinho aquece debates para criação de parque nacional

Nomeado com referência ao presidente Lula, o anfíbio é a 45ª espécie de um gênero exclusivo da Mata Atlântica brasileira

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.