Natal (RN) – Pelo menos 627 espécies de animais correm risco de extinção no Brasil. O alerta foi feito pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) que realiza uma mostra fotográfica durante o VII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), nesta semana, em Natal.
Segundo Claudia Camurça, idealizadora e curadora da exposição “Patrimônios Naturais: Edição Espécies Ameaçadas da Fauna Brasileira”, o objetivo é informar aos ambientalistas, pesquisadores, gestores e técnicos de Unidades de Conservação (UCs) que participam do VII CBUC para a necessidade de contribuir com este esforço de preservação.
“A exposição concebida pelo ICMBio mostra 26 painéis fotográficos que representam uma pequena amostra das espécies ameaçadas no país. Temos a onça pintada, por exemplo, no Pantanal que está ameaçada”, disse Camurça. “O fundamental é informar que essas espécies não devem ser extintas, como já aconteceu com a Ararinha-azul que hoje está completamente extinta na natureza. Aqui temos uma pequena amostra de grandes grupos, como o peixe-boi, o periquito da cara-suja que requerem programas de proteção”.
Clique para ampliar. Fotos: Marcio Isensee |
Ararinha-azul já está extinta
Com apenas 410 gramas de peso, a Ararinha-azul (Icyanopsitta spixii) está extinta na natureza devido ao histórico de destruição de seu habitat e intensa captura para tráfico ilegal de animais. Existem apenas 75 exemplares em cativeiro. Em 2000, foi avistado pelo última vez um espécime selvagem. O Plano de Ação Nacional da Ararinha-Azul quer aumentar a população em cativeiro e preparar o habitat natural para, em 2021, começar um programa para reintroduzir a espécie na natureza.
Já a Baleia Jubarte (Megaptera novaengliae) é um mamífero aquático que pode chegar a medir 16 metros e pesar 40 toneladas. A espécie entrou em risco de extinção devido à captura para consumo humano. A caça ilegal acabou no Brasil em 1987, mas ameaças como o aquecimento global , o aumento do tráfego marítimo, a poluição e o risco de acidentes com redes de pesca continuam ameaçando a sua preservação.
O Sauim-de-coleira (Saguinius bicolor) é um dos mamíferos mais ameaçados do bioma amazônico. Pode pesar até 550 gramas e medir até 32cm da cabeça ao tronco, mais uma cauda de 42cm. O desmatamento e a fragmentação das florestas nas proximidades de Manaus, no Amazonas, e ao longo das estradas são as principais ameaças.
A Perereca-verde (Agalychnis granulosa) é um anfíbio de comprimento de 39 milímetros. Atualmente, a espécie vive em uma única unidade de conservação, a Estação Ecológica do Murici, em Alagoas.
O Peixe-boi marinho (Trichechus manatus) pode medir até 4 metros e pesar 600 kg. Apesar de grande, é um dócil animal e está criticamente em perigo. Para tentar salvá-lo, o Plano de Ação Nacional de Sirênios busca combater a caça ilegal, o assoreamento dos rios e o desmatamento dos mangues, que servem de berçário para o peixe-boi.
Leia também
Em reabertura de conselho indigenista, Lula assina homologação de duas terras indígenas
Foram oficializadas as TIs Aldeia Velha (BA) e Cacique Fontoura (MT); representantes indígenas criticam falta de outras 4 terras prontas para homologação, e Lula prega cautela →
Levantamento revela que anta não está extinta na Caatinga
Espécie não era avistada no bioma havia pelo menos 30 anos. Descoberta vai subsidiar mudanças na avaliação do status de conservação do animal →
Lagoa Misteriosa vira RPPN em Mato Grosso do Sul
ICMBio oficializou a criação da Reserva Particular do Patrimônio Natural Lagoa Misteriosa, destino turístico em Jardim, Mato Grosso do Sul →