Manaus, AM – A queixada (Tayassu pecari), espécie de porco-do-mato encontrada nas Américas Central e do Sul, agora está classificada como animal Vulnerável à extinção, na Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, em Inglês), que foi atualizada esta semana. Até o ano passado, a espécie era listada como Quase Ameaçada.
A perda de habitat e a caça são consideradas ameaças importantes às queixadas. Mas existe a suspeita de que uma doença seja a causa principal do desaparecimento misterioso da espécie em muitas regiões. A IUCN calcula que a população de queixadas tenha declinado em 30% nos últimos 18 anos.
Mesmo a presença da espécie na Amazônia, onde a perda de habitat ainda não pode ser considerada uma grande ameaça, não significa que esse porco-do-mato esteja seguro. O grupo de especialistas da IUCN têm documentado o declínio de queixadas mesmo em áreas protegidas, onde se espera que a floresta esteja preservada, mesmo longe da Amazônia, como o Parque Nacional de Iguaçu, no Paraná.
Há registros de queda no número de animais também no Equador e na Bolívia. Na Costa Rica, por exemplo, a população de queixadas declinou 89% nos últimos anos. No México e na Guatemala, a situação é parecida, com o número de animais caindo 84% em poucos anos.
Lista de extintos
Na atualização da Lista Vermelha, três espécies foram declaradas Extintas. Visto pela última vez há mais de cem anos, em 1912, o lagarto-gigante-de-cabo-verde (Chioninia coctei) entrou para a lista dos animais que desapareceram após expedições realizadas nos últimos anos falharem em encontrar indivíduos vivos. Ele era restrito a uma ilha e duas ilhotas do Arquipépago de Cabo Verde e foi extinto devido a introdução de ratos e gatos em seu habitat.
Um pequeno peixe que vivia na bacia do Rio Santa Cruz, Arizona (EUA), o Cyprinodon arcuatus, também náo existe mais. Ele foi vítima da redução da água disponível, provocada por atividades humanas. O terceiro da relação é um camarão de água doce, o Macrobrachium leptodactylus, que existia na Ilha de Java (Indonésia) e desapareceu devido à degradação ambiental e à urbanização.
Coníferas
A atualização traz também uma nova avaliação completa das espécies de coníferas ao redor do mundo. A lista aponta que 34% dos cedros, ciprestes, abetos e outras coníferas estão ameaçados. O número representa um aumento de 4% em relação à última avaliação completa, realizada em 1998. As coníferas as maiores espécies e também com maior longevidade do planeta. O Pinus langaeva, por exemplo, pode viver aproximadamente 5 mil anos. Entre as espécies gigantes, a Sequoia sempervirens atinge 110 metros de altura.
O estado de conservação de 33 coníferas foi rebaixado, como o do Pinus radiata, pínho mais plantado no mundo, valorizado devido ao crescimento rápido e qualidades da celulose. A árvore passou de Pouco Preocupante para Ameaçada, tendo como principais fatores de risco uma expécie selvagem de cabra e ataques por um patógeno invasor. Mesmo rebaixamento sofrido pela Cedrus atlantica, nativa da Cordilheira do Atlas, na Argélia e Marrocos.
Com exceção das terras úmidas, as florestas de coníferas sequestram mais carbono do que qualquer outro bioma. São capazes de absorver três vezes mais carbono do que florestas temperadas e tropicais.
Mais de 700 espécies foram incluídas como ameaçadas na atualização da Lista Vermelha. Foi incluído também o status de conservação de 4.807 espécies. No total, 70.294 espécies foram avaliadas, sendo que 20.934, quase 30% do total, correm o risco de desaparecer do planeta, segundo a IUCN.
Total de espécies avaliadas = 70,294 Espécies ameaçadas = 20,934 (29,78%) Extintas = 799 |
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