Notícias

Caranguejo-Amarelo em Alerta

No trânsito, o amarelo é a cor para atenção, para desacelerar. Queria este caranguejo ser vermelho para interromper sua extinção.

Redação ((o))eco ·
14 de novembro de 2013 · 10 anos atrás

Caranguejo-amarelo ([i]Gerarcinus lagostoma[/i]) é único animal endêmico da  ilha da Ascensão. As cores variam do amarelo ao roxo profundo. Foto: Drew Avery
Caranguejo-amarelo ([i]Gerarcinus lagostoma[/i]) é único animal endêmico da ilha da Ascensão. As cores variam do amarelo ao roxo profundo. Foto: Drew Avery

O caranguejo-amarelo (Johngarthia lagostoma, antigamente Gecarcinus lagostoma), também chamado simplesmente de caranguejo, é uma espécie endêmica de algumas poucas ilhas no Atlântico Sul, afastadas do continente: Atol das Rocas, Arquipélago de Fernando de Noronha e ilhas de Trindade, Martim Vaz e Ascensão.

Apesar do nome popular, a espécie é caracterizada por um polimorfismo: além do amarelo, também se apresenta na cor violeta e, em poucas ocasiões, avermelhados. A variação amarela é dominante na ilha de Ascensão, enquanto a variação roxa, no Atol da Rocas. Outra curiosidade está no tamanho dos animais em relação à geografia: os caranguejos de Ascensão são maiores que aqueles do Atol.

O Johngarthia lagostoma é uma espécie de caranguejo terrestre que vive em tocas entre a vegetação das ilhas. De hábitos noturnos, emerge de suas tocas, que podem ter até 1 metro de profundidade, para alimentar-se de matéria vegetal e, ocasionalmente, animais: é um dos predadores dos filhotes de tartarugas-verdes (Chelonia mydas), ao lado das fragatas e gatos selvagens. Na própria ilha de Ascensão, crê-se que haja como limitador do crescimento de petréis.

A espécie possui adultos terrestres e larvas que se desenvolvem no mar. No período reprodutivo, de janeiro à março, há uma migração anual para o mar para liberar as larvas planctônicas. Os caranguejos machos e fêmeas viajam cerca de 450 m por dia em direção ao mar. O acasalamento pode ocorrer em qualquer lugar ao longo da rota. As fêmeas em média fecundam 72.000 ovos que serão lançados ao mar no último trimestre do ciclo lunar, durante as marés de quadratura, nos costões rochosos.

Ameaça a espécie está ligada ao pequeno tamanho das populações existentes, conseqüência do tamanho reduzido das ilhas onde ocorre. Como as ilhas são isoladas e distantes entre si, são grandes as possibilidades de que as larvas não consigam encontrá-las em seu caminho de regresso.

Também há o problema das atividades humanas, como o turismo, que são limitantes para a presença da espécie, por reduzir e degradar o habitat da espécie. Embora não conste da lista da IUCN, o Johngarthia lagostoma é considerado pelo ICMBio como espécie Em Perigo. As populações protegidas se encontram nas unidades de conservação Parna Marinho de Fernando de Noronha (PE) e Rebio do Atol das Rocas (RN).

 

 

Leia também
“Uma verdadeira jararaca”
O Morcego-Vampiro
Cardeal-amarelo: Salve, salve

 

 

 

Leia também

Reportagens
30 de abril de 2024

Ambientalistas acusam multinacional japonesa de lobby contra a criação do Parna do Albardão

A denúncia foi levada ao MPF no Rio Grande do Sul com pedido de providências. Empresa de energias renováveis nega acusações e afirma não ser contra a proteção ambiental da área

Notícias
30 de abril de 2024

Plásticos são encontrados em corpos de botos-cinzas mortos

Estudo identifica microplásticos em todas as doze amostras de botos-cinzas mortos encontrados no Espírito Santo. Um resíduo de 19,22 cm foi retirado de um deles

Reportagens
30 de abril de 2024

Para salvar baleias, socorristas de México e EUA arriscam a própria vida

Registros de baleias presas em equipamentos de pesca estão crescendo na costa oeste do México, no Atlântico Norte e no resto do mundo — assim como os esforços para libertá-las

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Comentários 1

  1. Ayesha Lima diz: