Durante a primeira quinzena de julho de 2013, ((o))eco visitou a região, no Pará, onde está prevista a construção de um complexo de hidrelétricas no rio Tapajós e no seu afluente Jamanxim. Ele será composto de 7 usinas com o potencial de produzir 14,2 mil megawatts de energia, 25% a mais do que a controversa usina de Belo Monte. Por outro lado, 4 mil pessoas serão deslocadas pelo lago dessas hidrelétricas. Do ponto de vista ambiental, belas corredeiras, que são atração turística, e algo próximo de 200 km de praias virgens e de areia branca do Tapajós serão submersas. Peixes migradores, de alto valor comercial, também terão sua sobrevivência nesses rios comprometida. O alerta é de técnicos do ICMBio.
Durante a reportagem, ((o))eco entrevistou ativistas e possíveis afetados pelas usinas. Uma das visitas foi a Vila Pimental, uma comunidade ribeirinha que será submersa pela usina São Luiz do Tapajós. Esteve também na cidade de Jacareacanga, município onde estão localizadas aldeias indígenas que também serão alagadas. Lá, a reportagem conversou com políticos e indígenas Munduruku, que estão em estado de guerra contra o governo por causa das usinas hidrelétricas.
O maior centro próximo das hidrelétricas do Tapajós é Itaituba, uma cidade que cresceu com a mineração e que tem, hoje, 100 mil habitantes. Estima-se que as obras trarão 50 mil novos moradores para a cidade. Ela terá um boom econômico, mas seus administradores se perguntam se essa prosperidade trará mais bem do que mal, pois será passageira e exigirá um crescimento de infraestrutura urbana, que já é precária. Por exemplo, Itaituba ainda não tem saneamento urbano. A secretária de meio ambiente da cidade falou a ((o))eco sobre os desafios que imagina enfrentar.
O documentário de 10 minutos produzido pelo ((o))eco dá aos nossos leitores a possibilidade de ouvirem esses personagens e verem eles mesmos as paisagens da região que sofrerá o impacto da construção desse novo complexo hidrelétrico.
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