Notícias

Chauá, o papagaio de muitos apelidos

Nosso homenageado da semana tem plumagem exuberante e vários nomes. Infelizmente, seu voo é cada vez mais raro nos céus brasileiros.

Redação ((o))eco ·
9 de janeiro de 2014 · 11 anos atrás

Papagaios chauá ([i]Amazona rhodocorytha[/i]) no zoológico. Foto: Duncan Rawlinson
Papagaios chauá ([i]Amazona rhodocorytha[/i]) no zoológico. Foto: Duncan Rawlinson

 

Não devia ser rara a visão do papagaio chauá (Amazona rhodocorytha) sobrevoando as matas, de Alagoas ao Rio de Janeiro, passando pelo leste de Minas Gerais. Isso certamente explicaria os muitos apelidos que tem: acamatanga, acumatanga, camatanga, camutanga, chauã, chuã, cumatanga e jauá. No entanto, a espécie, endêmica da Mata Atlântica brasileira, das serras do mar e baixadas, está ameaçada de extinção, um destino interligado à destruição do seu habitat.

É belo pássaro: tem uma vistosa coroa vermelha que se transforma num púrpura-marrom na parte de trás da cabeça. Suas bochechas e pescoço são azuis, as asas e corpo tem uma plumagem verde com manchas escuras na parte de trás do pescoço. Quando abertas, as asas revelam manchas pretas e vermelhas e as penas da cauda têm marcas vermelhas e pontas amareladas. Já o bico e as pernas são acinzentados e a íris dos olhos é laranja-acastanhado.

Um papagaio de grande porte – mede cerca de 40 cm de comprimento – se alimenta de frutas, sementes, bagas, botões de flores e folhas que encontra na parte superior da mata.

No início da primavera começa o seu período reprodutivo, quando há maior disponibilidade de alimentos. O casal protege o território envolto do ninho, normalmente feito em cavidade de árvore de grande porte, e mantém o uso do mesmo local ano após ano. Em cativeiro, põe a cada vez uma média de 4 ovos, a incubação leva 24 dias e os filhotes estão prontos para deixar o ninho cerca de um mês após o nascimento.

O chauá habita florestas tropicais úmidas tanto das baixadas litorâneas quanto das regiões altas do interior. A maior concentração está no estado do Espírito Santo, embora esteja também presente em áreas florestais no sudeste da Bahia e nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Outros locais são o norte do estado de São Paulo e no município de São Miguel dos Campos, no leste de Alagoas.

A maior ameaça enfrentada pelo Amazona rhodocorytha é a degradação do seu habitat, a Mata Atlântica, cuja cobertura florestal original remanescente é de cerca de 8,5 % da original. Outra ameaça é a exploração predatória e o tráfico ilegal, com frequência para fora do Brasil.

O ICMBio considera a espécie como Em Perigo de extinção, classificação também aplicada pela IUCN.

 

 

Leia também
Uma coleira para a preguiça
Tiriba-de-orelha-branca, o verdinho ligadão no seu lar
Tatu-Peba: gosta de salada, mas tem fama macabra

 

 

 

Leia também

Notícias
20 de dezembro de 2024

Governo lança plataforma de monitoramento ambiental da pecuária

AgroBrasil+Sustentável pretende reunir em um só lugar várias informações ambientais de produtores, até então esparsas em diferentes bases. Adesão é voluntária

Colunas
20 de dezembro de 2024

Os desafios da diplomacia climática em 2025

Não há mais janela de tempo para perder com teatralidade diplomática. A principal questão que resta responder é quem deve pagar para evitar o pior dos estragos das mudanças climáticas

Notícias
20 de dezembro de 2024

Ciência descreve nova espécie de bromélia que cresce apenas em ilha paulista

A bromélia foi encontrada no Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, no litoral norte de São Paulo, e pode ser impactada pelas mudanças climáticas

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.