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Governo afinal divulga dados do Deter que indicam disparada

Primeiro houve quebra da regra de publicação mês a mês dos números oficiais de alertas de desmatamento. E agora surge um aumento de 171%.

Redação ((o))eco ·
1 de dezembro de 2014 · 10 anos atrás

O desmatamento se intensifica na Amazônia. Uma das principais causas é a abertura de pastos para a pecuária. Foto:
O desmatamento se intensifica na Amazônia. Uma das principais causas é a abertura de pastos para a pecuária. Foto:

No final da tarde de sexta-feira (28) o INPE divulgou os resultados do Deter para os meses de agosto, setembro e outubro de 2014. Os resultados, já adiantados pela Folha de S. Paulo no dia 11 de novembro, confirmam uma forte aceleração no desmatamento, com alertas que indicam um área total perdida de 171% neste trimestre, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

Tudo indica que o governo segurou os resultados do Deter. Os números só saíram após o resultado preliminar do PRODES, que mede o desmatamento anual da floresta Amazônica e que registrou queda de 18% para esse ano (Entre agosto de 2013 a julho de 2014). Pelo combinado, os números deveriam ter sido divulgados mês a mês.

O atraso em plena campanha eleitoral criou a suspeita de que o governo queria esconder um aumento. Em seguida, veio a boa notícia da queda do resultado anual. Os críticos lembraram que essa comemoração era feita com o olho no retrovisor, pois o número do PRODES se referia aos doze meses até julho de 2014. Além disso, a ONG Imazon, que faz um monitoramento independente, tinha números alarmantes para o trimestre agosto, setembro e outubro. Estes novos dados do Deter reforçam essa posição.

Em agosto de 2014, houve 890,2 km² de alerta de desmatamento, contra 288,6 km² em agosto de 2013; em setembro 736 km², contra 442.85 km²; em outubro, o número ficou em 297,9 km², contra 154.79 km².

Embora o Deter seja um sistema pouco preciso, usado para guiar o Ibama em operações de repressão no solo, ele aponta a tendência. Os percentuais de aumento de área desmatada são gigantescos. A continuar assim, o número anual de 2015 promete assustar.

 

 

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