A 27ª edição da Conferência da ONU sobre o Clima chegou ao fim em Sharm-el-Sheikh, no Egito. As negociações, que se arrastaram até domingo, fizeram desta uma das COPs mais longas da história. Ao final, um resultado agridoce, como avalia a repórter Cristiane Prizibisczi, enviada especial de ((o))eco para cobrir a conferência através de uma bolsa de jornalismo do Climate Change Media Partnership 2022.
A grande vitória, sem dúvida, foi o consenso para criação de um fundo de reparação para perdas e danos dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas. O funcionamento do fundo e até quais países participarão dele serão decididos apenas na próxima COP. “Não tem nada definido ainda, mas o fato de ter sido criado, ter sido mencionado no texto de capa, que é esse texto final, político da conferência do clima, foi considerado uma vitória porque essa é uma demanda que já existe há 30 anos, principalmente dos países insulares”, comenta Cristiane no último episódio do podcast especial de ((o))eco sobre a COP 27.
Junto com o coordenador de comunicação do Observatório do Clima, Claudio Angelo, e com apresentação do diretor de conteúdo da Associação O Eco, Marcio Isensee, Cristiane discute também dos pontos amargos da conferência que ofuscaram o resultado geral das negociações no Egito. Escute:
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