O Chile sediará a 25ª Conferência das Partes da Convenção do Clima das Nações Unidas, em novembro de 2019. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (14), no encerramento da COP 24, na Polônia. Cotado para chefiar o evento, o Brasil preferiu desistir, alegando crise econômica e transição de governo.
Já se sabia que o a Conferência do Clima seria na América Latina, respeitando o rodízio por regiões feitos pelas Nações Unidas. A última COP no continente foi em 2014, em Lima. Chile sediará o evento principal, enquanto a Costa Rica cuidará das reuniões preparatórias da Conferência, a chamada pré-COP.
O Brasil se candidatou para sediar a COP 25 no final de 2017, em Fiji, mas enfrentava o veto da Venezuela, que retalhava o chamado Grupo de Lima, formado por Brasil e mais 10 países das três Américas (incluindo Canadá e México) que em 2017 não reconheceu a nova Constituinte venezuelana. Como as Nações Unidas decidem por consenso, qualquer país pode vetar a candidatura de outro. Maduro retaliou vetando qualquer proposta de países que fazem parte do Grupo de Lima. O veto foi retirado no dia 05 de outubro. Em 26 de novembro, o Brasil retirou a própria candidatura.
O país decidiu não sediar o evento baseado na ideia corrente do novo governo de que mudanças climáticas são ‘alarmismos climáticos’ e que o Acordo de Paris, assinado em 2015, precisa ser revisto. O Acordo de Paris foi ratificado pelo Congresso Nacional em setembro de 2016.
“Vamos sugerir mudanças no Acordo de Paris. Se não mudar, sai fora. Quantos países não assinaram? Por que o Brasil tem que dar uma de politicamente correto? Possivelmente danoso a nossa soberania?”, disse Jair Bolsonaro, em pronunciamento feito pelo Youtube na noite de quarta-feira (12), se inspirando no presidente americano, Trump, que retirou os Estados Unidos do acordo climático.
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