Mais de 250 cientistas de 27 países e diferentes especialidades assinam uma carta entregue nesta quarta-feira (18) ao embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, pedindo ao Brasil que coloque na agenda da Conferência do Clima de novembro o tema da eliminação dos combustíveis fósseis.
Endereçada ao presidente Lula, a carta revê as principais conclusões de estudos científicos da última década, compilados por órgãos como o Painel de Mudança Climática da ONU (IPCC) e a Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES).
Dentre os estudos citados está o relatório 6 do IPCC, de 2023, que mostra que somente os projetos já existentes de exploração de combustíveis fósseis tornam a meta de 1,5ºC como máximo de aquecimento global impossível de ser alcançada.
A queima de combustíveis fósseis é responsável por cerca de 75% das emissões globais de gases estufa. Apesar de serem os principais causadores das mudanças climáticas, a eliminação dos fósseis nunca havia entrado num acordo climático, até 2023.
Naquele ano, na COP de Dubai, os países participantes se comprometeram a “transicionar para longe” destas fontes poluentes, mas o assunto não avançou desde então.
“A queima de combustíveis fósseis está na raiz da crise climática e de seus impactos devastadores. Só com uma transição energética realista e urgente conseguiremos proteger o desenvolvimento, combater a fome e reduzir desigualdades”, escrevem os autores da carta.
Em seu chamado, os cientistas convidam Lula a usar seu prestígio internacional e sua posição como líder da COP30 para colocar a transição justa e completa para longe dos fósseis como prioridade número um das negociações internacionais de clima que acontecerão em Belém no mês de Novembro.
“A Ciência é muito clara no aspecto de que temos que tomar ações fortes contra o avanço das mudanças climáticas, e a principal ação é eliminar a exploração e uso dos combustíveis fósseis. Por isso decidimos escrever essa carta, como forma de apoio e suporte ao Presidente Lula, para que ele possa ter ao seu lado a força da Ciência para convencer outras lideranças globais”, afirma o pesquisador brasileiro Paulo Artaxo.
Bill Hare, cientista climático com mais de 30 anos de experiência e um dos expoentes na área, foi o responsável por entregar a carta a André Corrêa do Lago.
Na ocasião, ele lembrou das contradições internas brasileiras, ao citar o leilão de petróleo e gás que abriu a Foz do Amazonas para a exploração, e pediu mais ação da presidência brasileira.
“Ontem, o leilão brasileiro abriu a bacia amazônica para exploração de petróleo e gás. Esse desenvolvimento desastroso ocorre bem no meio de negociações climáticas cruciais da ONU em Bonn, das quais o Brasil participa como futuro presidente da COP […] Hoje, estou aqui para lembrar o presidente Lula, em nome de mais de 250 cientistas de 27 países, que a eliminação dos fósseis é a ação climática mais urgente e essencial que o mundo precisa tomar. Se o Brasil não conseguir avançar nessa agenda, a história não será generosa com sua presidência da COP30”, disse Hare.
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Cristiane Prizibisczki
Jornalista com quase 20 anos de experiência na cobertura de temas como conservação, biodiversidade, política ambiental e mudanças climáticas. Já escreveu para UOL, Editora Abril, Editora Globo e Ecosystem Marketplace e desde 2006 colabora com ((o))eco. Adora ser a voz dos bichos e das plantas. →
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Que “cientistas” nada! São apenas militantes com diploma. A climatologia, em peso, não comprou esse alarmismo climático: isso é papo de gente inútil que não tem o que fazer.