Notícias

Fogo consome prédio do Museu de História Natural da UFMG

Parte do acervo etnográfico, botânico, arqueológico e paleontológico foi afetada. Levantamento das perdas ainda irá demorar alguns dias para ser concluído

Daniele Bragança ·
15 de junho de 2020 · 4 anos atrás
Fogo consumiu prédio onde estava guardado o acervo arqueológico. Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros/MG

Um incêndio consumiu um prédio do Museu de História Natural da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que guardava parte do acervo etnográfico, botânico, arqueológico e paleontológico da instituição. Além da área de visitação, o Museu possui três prédios onde fica a parte do acervo que não está em exposição, a chamada reserva técnica. Foi um desses prédios que pegou fogo hoje. Ainda não se sabe a dimensão da perda.

A Polícia Federal fará a perícia para entender as causas do incêndio, iniciado no início da manhã desta segunda-feira (15), por voltas das 5h30. O Corpo de Bombeiros foi acionado logo em seguida.

Três salas do prédio da reserva técnica 1 foram danificadas pelo fogo, mas parte do acervo que estava dentro dos armários pode ter se salvado. Foi o que aconteceu no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, destruído por um incêndio em setembro de 2018. O Museu Nacional, que pertence à UFRJ, divulgou nota lamentando o ocorrido na UFMG e se colocou à disposição “para auxiliar a instituição no que for preciso nesse momento”.

Ao todo, o Museu de História Natural da UFMG possui 265 mil peças e espécimes científicos preservados e vivos nas áreas de arqueologia, paleontologia, cartografia histórica, etnografia, botânica, geologia, zoologia e arte popular, além de uma extensa biblioteca.

Segundo ((o))eco apurou, na reserva técnica 1 ficava guardado o acervo de arqueologia, biologia, arte popular e paleontologia. Lá ficavam restos de esqueletos, sepultamentos de 10 mil anos, todo acervo faunístico e vegetal, e as coleções etnográficas com peças do acervo do povo Maxacali, que vive na região nordeste de Minas Gerais.

Incêndio atingiu uma das partes mais importantes do acervo. Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros/MG
Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros/MG.
Material guardado no armário (não nesse) pode ter se salvado. Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros/MG.
Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros/MG

 

Leia Também 

Trabalho de reconstrução e recuperação do acervo do Museu Nacional caminha em ritmo lento

O triste saldo da destruição do grande museu brasileiro de história natural

Incêndio e descaso destroem o maior acervo científico do país

 

  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

Leia também

Notícias
3 de setembro de 2018

Incêndio e descaso destroem o maior acervo científico do país

Museu Nacional começou a virar pó no começo da noite deste domingo (02), no ano do seu bicentenário.  Não há registros de feridos, mas parte incalculável da história natural se perdeu para sempre

Reportagens
3 de setembro de 2018

O triste saldo da destruição do grande museu brasileiro de história natural

Perdeu-se o crânio de Luzia, a "primeira brasileira", fósseis de dinossauros, milhões de insetos e invertebrados, 700 antiguidades do Egito e muito mais

Reportagens
23 de setembro de 2019

Trabalho de reconstrução e recuperação do acervo do Museu Nacional caminha em ritmo lento

Quase metade (46%) das coleções foi perdida em parte ou totalmente, 35% estão com peças sendo resgatadas e apenas 19% não foram atingidas pelo fogo

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Comentários 1

  1. Paulo diz:

    Cadê o sistema contra incêndios.
    Barbaridade.