A tendência de alta do desmatamento foi detectada por mais um sistema de monitoramento, dessa vez feita pelo Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia). Segundo o boletim do SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento), que opera desde 2008, o desmatamento disparou em julho, com alta de 66% em relação ao mesmo mês de 2018. No último mês do calendário do desmatamento – que começa em agosto e termina em julho do ano seguinte –, 1.287 km² de florestas deixou de existir.
No acumulado dos últimos 12 meses (agosto de 2018 a julho de 2019), o SAD detectou 5.054 km² de área derrubada, um aumento de 15% em relação ao período anterior.
Em julho, os estados que mais desmataram foram o Pará (36%), Amazonas (20%), Rondônia (15%), Acre (15%), Mato Grosso (12%) e Roraima (2%).
Os municípios campeões de desmatamento no último mês do calendário foram Altamira (128 km²) e São Félix do Xingu (96 km²), no Pará, e Porto Velho (78 km²), em Rondônia.
Geografia do desmatamento
Segundo o Imazon, a Unidade de Conservação com a maior área desmatada em julho de 2019 foi a Área de Proteção Ambiental Triunfo do Xingu, no Pará, que perdeu 82 km² de área de floresta, seguida da Florex Rio Preto-Jacundá (RO) e Resex Jaci-Paraná (RO), que perderam 40 e 25 km², respectivamente.
E as três áreas indígenas mais desmatadas em julho foram as reservas Apyterewa e Trincheira Bacajá, ambas no sudoeste do Pará, e a reserva Ituna/Itatá, no sudeste do Pará.
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Na verdade, de acordo com o SAD, o desmatamento em julho foi mais alto que em julho de 2018, mas o de junho foi mais baixo. Por isso o aumento nos últimos 12 meses é "só" 15%.
Rigorosamente, temos que esperar os índices de agosto. Se confirmarem a tendência de alta de julho, então o desmatamento de 2019 vai ser bem mais alto que 2018. Mas se reverterem a média, pode até sair igual, porque no segundo semestre de 2018 se desmatou muito.