O podcast Vozes do Planeta trouxe na última sexta, dia 23, como tema central a indicação do livro “Darwin sem Frescura” para o prêmio Jabuti. A edição de n° 155 revisitou uma conversa, realizada em 2019, entre a apresentadora Paulina Chamorro e o jornalista Claudio Angelo com os autores da obra, Reinaldo José Lopes e Pirula. O programa ainda contou com a participação da repórter Duda Menegassi que falou sobre a sua reportagem publicada aqui, em ((o)) eco, com foco em um estudo que faz relação entre a cobertura florestal e a ocorrência de aves na Mata Atlântica.
Lançado em março do ano passado, Darwin sem Frescura é um livro que apresenta a Teoria da Evolução, de Charles Darwin, com uma linguagem mais acessível e que costuma ser usada na internet. Para o jornalista Reinaldo José, a obra facilita o entendimento do leitor por transmitir de maneira fácil a dinâmica da teoria.
“Ao invés da pessoa entender a (teoria da) evolução como um amontoado de fatos. ‘Ah! Quer dizer então que o homem veio do primata X que apareceu na África há 6 milhões de anos. Que os dinossauros se extinguiram há 65 milhões de anos.’ Ao invés de apresentar uma coleção desses fatos, o mais importante é a lógica”, explica o autor.
O paleontólogo e youtuber Pirulla, que também escreveu o livro, ainda falou sobre o início da sexta extinção em massa do mundo, fazendo um passeio na história para mostrar como a humanidade chegou nessa situação
“O fato de a gente estar extinguindo muitas espécies começa há 500 anos, com as grandes navegações, motivado pelos europeus levando gatos, ratos, cachorros e vacas para tudo quanto é lugar. E isso entrando em colapso junto com as faunas locais e destruindo todas as faunas dos continentes. Austrália é um bom exemplo, mas o Brasil não escapou disso. Principalmente as ilhas, todas foram destruídas. E principalmente nos últimos 100 anos por causa da revolução industrial. Foram 120, 130 anos que a gente começou um processo de destruição”, explicou.
Na segunda parte do podcast, a jornalista Duda Menegassi apresentou a matéria de ((o))eco, publicada na última semana (confira aqui), sobre a pesquisa que apontou a cobertura florestal como principal fator para garantir a sobrevivência de aves em um fragmento. Com 68 espécies de aves estudadas na Mata Atlântica, a investigação revelou que seria necessário no mínimo 54% de floresta na paisagem ao redor para garantir um melhor cenário de biodiversidade na fauna local.
Com os dados da pesquisa, Duda acredita que é preciso reavaliar a eficácia de políticas públicas da região estudada. “Isso é interessante porque faz a gente questionar a real eficácia de algumas políticas públicas como, por exemplo, o código florestal. Para quem não sabe, tem um mecanismo chamado reserva legal, que em áreas privadas o proprietário é obrigado a manter uma parte do seu território preservado, de vegetação nativa. Na Mata Atlântica, essa faixa é de 20%.”, explica.
Além da defasagem percentual na eficência das ações públicas de preservação, o estudo confirma a importância de investir em iniciativas de restauração florestal.
Confira aqui na íntegra a última edição do podcast Vozes do Planeta:
*((o))eco é parceiro do podcast Vozes do Planeta e faz participações regulares no programa
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