Manaus, AM — A morte de um número ainda desconhecido e sem causa confirmada de primatas de três espécies diferentes, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Madeira, foi confirmada nesta segunda-feira (20), pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) do Amazonas. Entre os primatas mortos na reserva, que fica no município de Novo Aripuanã (AM), a 227 quilômetros de Manaus, estão saguis-pigmeus, zogue-zogues e macacos-barrigudos.
O diretor da FVS-AM, Bernardino Albuquerque, lembra que a morte de primatas pode indicar a circulação do vírus da febre amarela, mas destaca que ninguém até agora na região apresentou os sintomas da doença. “Seguimos o protocolo preconizado pelo Ministério da Saúde, que prevê a coleta de material biológico dos animais para realização dos exames necessários, além da, intensificação da imunização, com dose de reforço para os indivíduos considerados vulneráveis ao evento”, explica.
De acordo com a assessoria de imprensa da Sema, uma equipe formada por um técnico da secretaria, uma veterinária da FVS e um técnico do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) estavam na área onde os primatas foram encontrados, para fazer a coleta de material genético e confirmar o número de animais mortos.
O primeiro animal morto foi encontrado na segunda-feira, 13 de fevereiro, por um comunitário. A carcaça foi entregue a um técnico da secretaria, que atua na RDS. Depois outros animais também foram achados sem vida. Na terça-feira, 14 de fevereiro, uma reunião foi realizada para definir estratégias de proteção às comunidades e de investigação para apontar as causas da morte dos animais.
Na RDS do Rio Madeira, de acordo com a Sema, vivem 18 famílias, que já receberam a vacina contra a febre-amarela. A doença é endêmica no Amazonas, onde ocorre em áreas de floresta entre primatas. Segundo a FVS, dois casos em humanos foram registrados no ano passado, nos municípios de Manacapuru e Itapiranga.
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Comum, é o ciclo.