Belém (PA) – Cerca de 4,4 mil km² foram desmatados ilegalmente no bioma amazônico entre agosto de 2024 e julho de 2025. O número representa 90% do percentual estimado com base nos dados do PRODES Amazônia e Cerrado, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e reunidos em um levantamento apresentado durante a 30ª Conferência das Partes (COP30) que se iniciou nesta segunda-feira (10).
Ainda segundo o levantamento, dos dez municípios mais afetados com desmatamento com indício de ilegalidade – São Félix do Xingu (PA), Apuí (AM), Marcelândia (MT), Lábrea (AM), Altamira (PA), Colniza (MT), Peixoto de Azevedo (MT), Uruará (PA), Portel (PA) e Itaituba (PA) –, cinco se concentram no Pará.
Isto para o bioma Amazônia.
Para o Cerrado, o número chega a 42,6% de um percentual de 3 mil km² desmatados. De acordo com a coordenadora do Programa de Conservação e Clima do ICV, Ana Paula Valdiones, a expansão agropecuária é o principal vetor do desmatamento nos dois biomas. “Além da atuação dos órgãos ambientais estaduais e federais, os acordos e compromissos setoriais também cumprem um papel importante no combate ao desmatamento associado às cadeias de suprimentos, como a da carne e a da soja”.
O levantamento destaca que, apesar da redução do desmatamento nos respectivos biomas em comparação ao ano anterior, a redução da vegetação de forma não autorizada evidencia a necessidade de fortalecimento das ações de fiscalização.
Leia também
Ilegalidade atinge 91% do desmatamento na Amazônia e 51% no Cerrado
Levantamento feito pelo ICV cruzou dados do INPE, Sinaflor e bases estaduais de autorização de desmate. Os 10 municípios com maior ilegalidade estão na Amazônia →
Mais de R$ 200 bi financiaram fazendas com desmatamento
Os bancos públicos são as maiores fontes de créditos ligados à eliminação da vegetação nativa nas últimas duas décadas →
46% de área madeireira no Mato Grosso é ilegal, diz novo estudo
Embora com crescimento de 80% de empresas legalizadas, quase metade das madeiras vindas do estado vem de áreas ilegalmente desmatadas. →






