Por mais que as autoridades expliquem que a febre amarela é transmitida por um mosquito, e não pelo macaco, a matança contra os primatas se intensificou com o avanço da epidemia. Só este ano, 131 macacos morrem no estado do Rio de Janeiro, segundo o último dado divulgado nesta quinta-feira (25), sendo que 32 ocorreram na capital do estado. Mais da metade deles (69%) foram envenenados ou mortos a pauladas.
Todos os macacos mortos no estado estão sendo levados para necropsia no Instituto Jorge Vaitsman, órgão do município do Rio de Janeiro. Do grupo que chegou desde que o ano começou, 41% foi morto por contrair febre amarela, a outra parte foi assassinada por humanos quem acham que macacos causam a doença. O animal é vítima duplamente.
A maior parte das agressões sofridas pelos macacos são de espancamento e envenenamento. Dentre as espécies assassinadas, há 3 micos-leões-dourados (Leontopithecus chrysomelas), espécie em perigo de extinção. Bugios e saguis são as maiores vítimas.
Matar animais silvestres é crime ambiental, com pena de até um ano de prisão e multa, de acordo com a lei de crimes ambientais. A matança desenfreada, além de atentar contra a conservação de espécies que já sofrem pressão por perda de habitat, atrasa a confirmação de febre amarela, importantíssima para que as autoridades consigam localizar onde há a presença do mosquito com vírus. Além de ser um crime ambiental, o assassinato de macacos é um crime contra a saúde pública.
Leia Também
Febre amarela: primeira morte no Rio ocorre próximo de santuário dos micos-leões-dourados
Leia também
Febre amarela: primeira morte no Rio ocorre próximo de santuário dos micos-leões-dourados
Duas ocorrências foram confirmadas em Casimiro de Abreu. Município é vizinho da Reserva Biológica de Poço das Antas, onde vive população endêmica do primata →
Febre amarela está matando os bugios brasileiros
A febre amarela se espalhou rapidamente pelo Brasil, destruindo populações de bugios-marrons nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. →
Febre amarela ameaça população de muriquis-do-norte
Mortal para humanos e macacos, a epidemia está ocorrendo muito próxima de local que concentra parte fundamental da população de muriquis, espécie criticamente ameaçada de extinção →
Estupidez.
País de analfabetos.