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Novos anfíbios nas bromélias da Mata Atlântica

Descrição de novas espécie foi publicada em duas edições do jornal de acesso livre PloS One, no início de dezembro

Vandré Fonseca ·
15 de dezembro de 2015 · 9 anos atrás
Melanophryniscus milanoi crédito Luiz Fernando Ribeiro/Fundação Grupo Boticário
Melanophryniscus milanoi. Foto: Luiz Fernando Ribeiro/Fundação Grupo Boticário

Quatro novas espécies de anfíbios foram descritas na Mata Atlântica, no início de dezembro, por pesquisadores brasileiros. Todas elas, pequenas e que dependem da água da chuva acumulada em bromélias para sobreviver. Três pertencem ao mesmo gênero e vivem em áreas altas, em Santa Catarina. A outra é das montanhas do Espírito Santo.

As novas espécies catarinenses chamam a atenção por serem venenosas. São sapinhos do gênero Melanophryniscus e endêmicos do alto de montanhas de Santa Catarina. Foram encontrados em campos no alto da Serra do Quiriri e em florestas no alto da Serra Queimada e nos Morros do Baú e do Cachorro, entre as cidades de Garuva e Blumenau.

Eles medem entre 1 e 2,5 centímetros, possuem a pele escura com verrugas e vivem em grandes altitudes, em meio às bromélias. As descrições do Melanophryniscus biancae, M. milanoi e M. xanthostomus foram publicadas no início do mês, na edição de 2 de dezembro na publicação científica de acesso livre PloS One por pesquisadores do Instituto Mater Natura, Universidade Federal do Paraná  (UFPR) e Pontíficia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

O M. xanthostomus foi batizado devido a cor peculiar que carrega na boca, amarela (xanthos). As outras espécies homenageiam Bianca L. Reinert e Miguel S. Milano pela contribuição de ambos à conservação da natureza no Brasil. Milano é fundador e conselheiro de ((o))eco. Entre os alimentos dessas espécies estão ácaros e formigas, que liberam substâncias químicas que acumuladas na pele tornam os sapinhos venenosos, uma defesa contra predadores, principalmente cobras.

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Melanophryniscus xanthostomu. Foto: Luiz Fernando Ribeiro/Fundação Grupo Boticário Melanophryniscus biancae. Foto: Luiz Fernando Ribeiro/Fundação Grupo Boticário

 

A exemplo de outros anfíbios, os recém-descobertos são altamente sensíveis às mudanças climáticas. Além disso, são espécies vulneráveis aos impactos da ação humana, como desmatamentos, queimadas, monoculturas e mineração. Os pesquisadores propõem que o M. biancae seja incluído na lista de espécies ameaçadas e classificada como “em perigo” de extinção.

“O mais notável das espécies descobertas é que elas vivem em água acumulada pela chuva na base das folhas de bromélias terrestres, enquanto que as demais espécies reproduzem em córregos e em poças”, disse o biólogo Marcos R. Bornschein, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A pesquisa foi apoiada pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, que apoia a pesquisa desse projeto. Entre 2013 e 2015, esse mesmo projeto propiciou a descoberta de oito novas espécies de mini sapinhos de outro gênero, Brachycephalus.

Espírito Santo

A rã Dendropsophus bromeliaceus é a primeira do gênero descrita no Brasil a passar a fase de girino em bromélias. Foto: Rodrigo Ferreira et al.
A rã Dendropsophus bromeliaceus é a primeira do gênero descrita no Brasil a passar a fase de girino em bromélias. Foto: Rodrigo Ferreira et al.

A perereca Dendropsophus bromeliaceus, recém-descrita na Mata Atlântica, é a primeira do gênero descrita no Brasil que se reproduz e passa o estágio de girino na água acumulada em bromélias. A descrição foi publicada pela equipe liderada por Rodrigo Ferreira, da Universidade de Vila Velha, no dia 9 de dezembro, também no jornal científico Plos One.

Essa espécie foi encontrada nas montanhas próximas a cidade de Santa Teresa (ES), a cerca de 80 quilômetros a nordeste de Vitória, capital do Estado. Para determinar que se tratava de uma nova espécie, foram comparadas dados moleculares de outros anfíbios, além da morfologia de 96 outras espécies de anfíbios. A fêmea da D. bromeliaceus mede aproximadamente 2,2 centímetros. Os machos são menores, com 1,6 centímetros. A espécie possui um padrão de listas nas costas e membranas entre o 4º e 5º dedos.

 

 

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Comentários 5

  1. Elza diz:

    Moro em Mongaguá e a uns meses encontrei uma pequenina pereça marrom claro em meu jardim estava muito quente e vi que ela estava mau tentei com muito carinho ajuda lá a ir à um lugar fresco , bom sempre a ouço cantar e o tem chovia muito e qual minha surpresa ela entrou em minha casa andou por tudo e depois de alguns minutos veio a minha frente aí abri a porta para que saísse! mais me disseram que pode ser venenosa? será que é?vi uma espécie da mata atlântica bem parecida com ela..


  2. Klaus Hannemann diz:

    A Ciência no Brasil passa por momento difícil, pois Brasil é considerado um País de 'exploração' deste a Sua Descoberta'. O setor político pouco está ligando com as descobertas feitas aqui, estão direcionadas em ganhos econômicos diretos como os commodities e só!!! Mas, 'Parabéns' pela descoberta que na situação atual pela precariedade em que estamos na Ética do Brasil é um 'Grande Feito'!!!


  3. paulo diz:

    Primeiramente, parabéns pela descoberta aos cientistas.


  4. paulo diz:

    E agora! Os pesquisadores, encaminharam solicitações aos seus conselhos de profissão e outros, para que a administração pública (prefeituras, governos estaduais e governo federal), criem unidades de conservação nestas áreas, de ocorrência , desta novas espécies!

    Ou ficará somente, no ato de descobrir por descobri!


    1. Seu Creisson diz:

      E, ago, ra, Paulo, vai, ficar, como!