Uma onça-parda (Puma concolor) foi avistada na área urbana de Guararema, cidade do interior de São Paulo, localizada a 80 km da capital. O registro foi feito por câmeras de segurança na madrugada de quinta-feira (7) e circulou nas redes durante todo final de semana.
Segundo o biólogo Izar Aximoff, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a onça aparentava ser um macho adulto e provavelmente estava se deslocando entre fragmentos de vegetação, já que a incursão desses animais em áreas urbanas é mais comum entre indivíduos jovens.
“Os jovens são mais atirados, assim como os jovens humanos também. Muitas vezes eles querem se aventurar e buscar áreas novas”, explicou, a ((o))eco.
Aximoff relata que, apesar de os passeios fora das áreas de floresta serem mais comuns entre jovens, os avistamentos da espécie nessa região de São Paulo não são raros, já que há grandes porções de Mata Atlântica ainda preservadas na localidade.
“O que de fato temos agora é a questão da expansão urbana sobre os ambientes de floresta. Provavelmente essa onça-parda veio da unidade de conservação de Guararema, o Refúgio da Vida Silvestre [Bicudinho-do-Brejo-Paulista]”.
A onça-parda, também conhecida como puma, é o segundo maior felídeo das Américas. Ele mede até 1,5 m e pode pesar até 70 quilos. Tem ampla distribuição pelos biomas brasileiros e seu grau de vulnerabilidade varia de estado para estado, dependendo do estágio de preservação da vegetação nativa. Em nível nacional, é classificada como “Vulnerável” pela Lista de Espécies Ameaçadas de Extinção do Ministério do Meio Ambiente. Sua população oficial no Brasil é de cerca de 3.500 indivíduos.
De acordo com o biólogo da UFRJ, as onças-pardas não são ameaça para humanos e tendem a fugir quando há algum encontro eventual.
“Elas escolhem justamente esses horários de madrugada que tem menos barulho, menos veículo, porque elas evitam a todo custo contato”, explica.
No entanto, caso você se depare com um animal desses, se estiver a pé, a orientação é ficar parado. Se a onça não fugir e ficar encarando, grite, ensina Aximoff.
“Normalmente a onça vai fugir, mas se você está ali e ela passar perto, o ideal é não correr. Se ela por acaso parar e ficar encarando, o ideal é gritar, fazer um barulho para tentar assustar ela. Se estiver dentro do carro, tomar cuidado para não atropelar o animal. Matar animal silvestre é crime, ainda mais se ele for ameaçado de extinção”, lembra o biólogo.
Avistamento em Maricá
Ao contrário dos avistamentos de onça-parda em São Paulo, que são considerados mais comuns, a presença da espécie no município de Maricá, região metropolitana do Rio de Janeiro, foi classificada como uma raridade a ser comemorada.
Isso porque o felino era considerado extinto na região há mais de um século. Os registros, feitos no último trimestre de 2021 com armadilhas fotográficas instaladas no Refúgio de Vida Silvestre Municipal das Serras de Maricá (Revimar), foram divulgados na última semana.
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Matéria confusa, a onça era rara de ser observada em São Paulo, depois era comum. O pesquisador falando da onça em SP é da UFRJ e depois aparece um biólogo da UERJ. Maricá é citada mas a informação é vazia.