O Greenpeace lançou na semana passada um vídeo de animação para atrair atenção a uma causa quente: energia solar. A ONG organiza uma petição por um Brasil mais solar e quer que as placas fotovoltaicas recebam incentivos do governo que facilitem o seu alto custo de aquisição e as tornem uma solução mais acessível aos consumidores interessados em iniciar uma geração de energia independente.
O vídeo satiriza um Brasil nem tão ficcional assim, onde a produção de energia é altamente dependente das hidrelétricas e termelétricas e, quando essas fontes se esgotam, a população resolve adotar a solução que brilha sobre suas cabeças: o Sol. Na animação de três minutos, as pessoas travam um combate contra os “homens de preto” que personificam os burocratas e os interesses das grandes distribuidoras de energia. Esses homens criam obstáculos para dificultar a popularização das placas fotovoltaicas.
Animações à parte, é fato que o Brasil é um país com alta incidência solar, mas que ainda pouco aproveita esse potencial para gerar energia limpa e renovável através da força do astro rei. Atualmente, de acordo com o Greenpeace, apenas 0,02% de toda matriz energética do país é solar, e a maioria das placas solares fotovoltaicas estão em comunidades ainda não integradas no sistema elétrico nacional e que foram estimuladas a improvisar uma fonte energética independente.
Na petição, promovida pela ONG, a chamada é bem clara: “Dilma, facilita aí”. No texto é feito um apelo pela liberação do Fundo de Garantia (FGTS) para a compra de sistemas de geração de energia solar, além da criação de linhas de crédito com menos juros e mais prazos também como forma de driblar o alto custo de aquisição das placas fotovoltaicas. Depois de instalado, a manutenção é barata e a vida útil longa, um custo-benefício que não demora para compensar o consumidor.
Diante dos últimos aumentos na tarifa do consumo de energia, a procura pelas placas solares cresceu consideravelmente. De acordo com o Portal Solar, empresa intermediadora na compra das fotovoltaicas, a expectativa é de que o mercado solar cresça 300% somente neste ano. Colabora com este otimismo a Resolução Normativa 687, aprovada em novembro de 2015 pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), que prevê compensação financeiras para micro e minigeração solar com descontos na conta de luz, mas no texto da nova determinação ainda há barreiras para geração compartilhada, uma solução óbvia para prédios e condomínios.
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Bela matéria! E a utilização da energia solar aumenta dia após dia.
Ótima matéria…O Brasil é um país extremamente ensolarado de norte a sul,de leste a oeste praticamente o ano inteiro.
É uma pena que ainda a exploração dessa fonte de energia limpa e barata ainda é pouco valorizada por aqui.
Ma aos pouco a população vai tomando conhecimento.
Vamos aos fatos: O FGTS evaporou com os financiamentos desviados do BNDES, mesmo que quisesse o governo não conseguiria mais liberar este recurso. O governo também está quebrado e vai taxar tudo o que pode, se avisar que tem mercado para as placas o governo vai é aumentar impostos sobre o produto. E tem interesse das grandes distribuidoras de energia elétrica, não passará nunca no Congresso. A iniciativa é válida e o Greenpeace está de parabéns, só esqueceu do custo Brasil…