Segundo parque mais visitado do país, com mais de 2 milhões de visitantes em 2019, o Parque Nacional do Iguaçu quer ir ainda mais longe e provar que o turismo na área protegida é muito maior que as Cataratas. Esse é o objetivo do novo Plano de Uso Público do parque, elaborado ao longo dos últimos anos pela atual equipe da unidade de conservação e pela Coordenação de Uso Público do ICMBio. A proposta é extrapolar os limites territoriais do parque para trazer desenvolvimento econômico e social para todos os municípios do entorno, como Matelândia, Serranópolis do Iguaçu, Capanema, São Miguel do Iguaçu e Santa Terezinha de Itaipu, e não apenas Foz do Iguaçu, principal porta de entrada para visitar as Cataratas.
O Plano de Uso Público foi aprovado no final de julho deste ano, mas o planejamento começou a ser desenvolvido em 2016, com o diagnóstico do entorno como etapa da revisão do Plano de Manejo da unidade. O documento técnico reforça o potencial para recreação e lazer do rio Iguaçu, e destaca o grande número de opções de atividades. O desafio na elaboração do plano era diversificar as oportunidades de visitação, com diferentes experiências de contato com a natureza, e que estimule o turista a permanecer mais tempo na região e a visitar outras áreas.
As estratégias estão alinhadas com políticas federais, estaduais e com os planejamentos municipais, e com ações previstas na Política Nacional de Gestão Turística dos Sítios Patrimônio Mundial e no documento Paraná Turístico 2026, do governo do estado. Em cada área haverá investimentos para estimular os potenciais locais, seja para melhorar e aumentar a visitação de destinos já consagrados como as Cataratas, o Complexo de Itaipu e o Parque das Aves, por exemplo, seja para incrementar e fortalecer outras atividades de turismo. Empresas concessionárias que operarem atrativos mais lucrativos deverão investir também, como compensação, na consolidação de mais atividades permanentes e que estimulem a economia local, descritas no Plano de Uso Público. O edital de licitação ainda não foi lançado.
A diretora da Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação (Rede Pró-UC), Angela Kuczach, destaca a importância do Parque Nacional do Iguaçu como referência pro país. “É um primeiro produto que pode servir de modelo para outras unidades de conservação, mas também coloca o Parque Nacional do Iguaçu com o destaque que ele merece, que vai além da beleza estonteante das Cataratas. Este documento é a demonstração muito clara da qualidade técnica dos analistas do ICMbio que atuam no Parque e das coordenações nacionais de uso público. Se houver investimento, há retorno para a sociedade, mas é necessário um olhar técnico, com qualidade, pensando na unidade como um todo. O plano dá um grande salto nessa direção”, comemora Angela.
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