A polícia civil identificou o autor das ameaças ao jornalista Adécio Piran, que noticiou a intenção de produtores rurais, sindicalistas e grileiros de promoverem o “Dia do Fogo”, evento que ocorreu no dia 10 de agosto entre Altamira e Novo Progresso, cinco dias após a publicação da matéria. Adécio, que é dono do jornal Folha do Progresso, vinha sendo alvo de ameaças e até de panfletos com notícias falsas após a popularização da matéria em todo o país.
Segundo a polícia, o responsável pelas intimidações é Donizete Severino Duarte, administrador de um grupo no WhatsApp denominado “Direita Unida Renovada”. Donizete prestou depoimento na manhã desta segunda-feira (02) e foi responsabilizado. Ele será indiciado por por crimes contra a honra. Caberá ao Ministério Público Estadual dar prosseguimento ao caso.
A informação veio do próprio governo do Pará em resposta ao pedido de proteção ao jornalista feito por carta pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Em relação aos panfletos com ofensas ao jornalista distribuídos na região, o delegado Daniel Mattos Mathias Pereira, responsável pelo caso, informou à ABI que continua a investigar a autoria.
Sobre o pedido de proteção ao jornalista e editor da Folha do Progresso feita por carta pelo presidente da ABI, Paulo Jeronimo de Sousa, o Pagê, o governo do Pará, através de nota oficial enviada à ABI, garantiu que “a Polícia Militar recebeu determinação para acompanhar o caso e cuidar da segurança do jornalista”. Além de a Polícia Militar estar atenta à segurança do jornalista, “está sendo feita ainda uma análise de risco pela Secretaria Adjunta de Inteligência (SIAC)”.
“Dia do Fogo”
O Adécio Piran tem sofrido ameaças após ter publicado, no dia 05 de agosto, uma reportagem em que revelava a intenção de fazendeiros, sindicalistas, grileiros, comerciantes e produtores rurais de provocar o “Dia do Fogo”, marcado para o dia 10 de agosto, onde foram realizadas queimadas nas região da BR 163, entre Novo Progresso e Altamira. A intenção seria “mostrar ao presidente Jair Bolsonaro que apoiam suas ideias de “afrouxar” a fiscalização do Ibama”.
As queimadas foram planejadas por esse grupo que se organizou no Whatsapp, através do nome “Jornal A Voz da Verdade”. O grupo teria contratado motoqueiros e motosserras para desmatar e espalhar fogo até chegar na Floresta Nacional do Jamanxim, em Novo Progresso, no Pará.
O “Jornal A Voz da Verdade” tinha um total de 246 membros, sendo que 70 deles estavam de acordo com os planos de promover um dia de queimadas, então formaram outro grupo chamado “SERTÃO”, criado pelo comerciante Ricardo de Nadai.
Juíza manda prender fazendeiros por desmatamento e queimada em São Félix do Xingu
A juíza Tainá Monteiro da Costa, da Comarca de São Félix do Xingu, no Pará, mandou prender, na quarta-feira (28), Geraldo Daniel de Oliveira e José Brasil de Oliveira, irmãos e proprietários da Fazenda Ouro Verde, e João Batista Rodrigues Jaime, o genro de Geraldo.
Segundo a Polícia Civil do Pará, os três são investigados pelo desmatamento e queimada de mais de 5.574 hectares de floresta pertencente à área de proteção ambiental Triunfo do Xingu, área equivalente a mais de 6 mil estádio do Maracanã.
José Brasil de Oliveira é reincidente e já respondeu por quatro ações por crime ambiental.
Segundo a magistrada, Geraldo Daniel de Oliveira é apontado como líder do grupo e contratava indivíduos para a realização das queimadas.
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