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Restauração da Mata Atlântica é reconhecida como referência mundial pela ONU

Anúncio foi feito pela ONU durante a COP15 da Biodiversidade e reconheceu iniciativa trinacional, entre Brasil, Argentina e Paraguai, para restauração de 15 milhões do bioma até 2050

Duda Menegassi ·
13 de dezembro de 2022 · 1 anos atrás

A ONU reconheceu o Pacto Trinacional da Mata Atlântica, entre Brasil, Argentina e Paraguai, como uma das dez melhores iniciativas de restauração de ecossistema em larga escala e longo prazo no mundo. O anúncio foi feito nesta terça-feira (13), durante a COP15 sobre Diversidade Biológica, sob a bandeira da Década das Nações Unidades da Restauração de Ecossistemas (2021-2030). Além do reconhecimento como Referência da Restauração Mundial, as iniciativas ficam elegíveis para receber promoção, suporte técnico ou financiamento com o apoio da ONU.

A candidatura foi liderada pelo Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, articulação entre mais de 300 entidades no Brasil, e a Rede Trinacional de Restauração da Mata Atlântica, com mais de 60 organizações entre os três países sul-americanos. A meta do pacto é restaurar 15 milhões de hectares do bioma até 2050.

“Em todo o mundo, nossas florestas estão sitiadas” afirma a diretora executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Inger Andersen. “A restauração da Mata Atlântica através do envolvimento das comunidades locais é um poderoso lembrete de que a natureza pode curar quando se dá meia chance e proporcionar enormes benefícios no processo”, completa.

As outras iniciativas reconhecidas foram: restauração marinha nos Emirados Árabes Unidos; a Grande Muralha Verde no continente africano; a restauração do Rio Ganges, na Índia; a iniciativa multi-países de recuperar regiões montanhosas na Sérvia, Quirguistão, Uganda e Ruanda; a restauração em ambientes insulares nos países Vanuatu, Santa Lúcia e Comores; a Iniciativa de Conservação Altyn Dala, nas estepes da Ásia Central; o Corredor Seco da América Central, que abrange Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá; restauração de manguezais na Indonésia; e a iniciativa Shan-Shui, na China, para restaurar ecossistemas, de montanhas a estuários costeiros

De acordo com o anúncio da ONU, juntas, as 10 iniciativas visam restaurar mais de 68 milhões de hectares — uma área maior que Mianmar, França ou Somália — e criar quase 15 milhões de empregos.

“Transformar nossa relação com a natureza é a chave para reverter a tríplice crise planetária da mudança climática, da perda da natureza e da biodiversidade, da poluição e do desperdício. Estas 10 iniciativas inaugurais da Restauração Mundial mostram que com vontade política, ciência e colaboração além-fronteiras, podemos alcançar os objetivos da Década de Restauração de Ecossistemas da ONU e forjar um futuro mais sustentável não apenas para o planeta, mas também para aqueles de nós que o chamam de lar”, conclui a diretora executiva do PNUMA.

  • Duda Menegassi

    Jornalista ambiental especializada em unidades de conservação, montanhismo e divulgação científica.

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