Após seis meses sem comando, o ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, resolveu nomear, entre quarta (04) e quinta-feira (05), seis novos superintendentes do Ibama nos estados. Desde fevereiro, os cargos estavam vagos. Das 27 superintendências do Ibama existentes no estados, 13 ainda estão sem comando. Dos seis nomeados esta semana, um não durou 24 horas no cargo.
Trata-se do coronel da reserva Ricardo Célio Chagas Bezerra, filiado do PSL e dono de uma fazenda de exploração de madeira em Altamira, no interior do Pará. A nomeação de Bezerra para o comando do Ibama no Ceará foi formalizada na edição da quarta-feira do Diário Oficial e ganhou as páginas dos jornais. Na manhã de quinta-feira (05), a portaria com a nomeação foi “tornada sem efeito”.
Há meses os comandos das superintendências do Ibama nos estados estão acéfalas. Segundo servidores, manter o cargo vago prejudica o planejamento de ações de fiscalização nos estados e no andamento de processos administrativos.
PMs comandarão Ibama dos 2 maiores estados do país
A Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal (4CCR/MPF) recomendou ao ministro Ricardo Salles que adote adote medidas concretas no combate ao desmatamento e às queimadas no Brasil, entre elas, a nomeação dos cargos ainda vagos de superintendência e direção, “sempre com a estrita observância de critérios técnicos que comprovem a aptidão profissional dos escolhidos”, recomendarem os procuradores, em documento enviado ao ministro na quarta-feira.
Por coincidência, no mesmo dia (04), saiu na edição do Diário Oficial da União a nomeação do coronel da PM do Pará, Evandro Cunha dos Santos, para comandar a Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Pará, o segundo maior estado do país e que lidera o ranking de campeão do desmatamento.
Evandro Cunha dos Santos foi Subcomandante-Geral da Polícia Militar do Pará (PM-PA) e em 2017 foi nomeado suplente no Conselho Estadual de Meio Ambiente (COEMA), representando a Secretaria de Segurança Pública.
Já o Ibama no maior estado do país, o Amazonas, será comandado por Olímpio Ferreira Magalhães, coronel da PM de São Paulo. Magalhães já comandou 2º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (2º BAEP), tropa de elite que atuava na Baixada Santista e tem ampla experiência com policiamento ostensivo e operações de choque. Não há no currículo menções sobre experiência na área ambiental.
Supes de Piauí
A Superintendência do Ibama no Estado do Piauí, por sua vez, será presidida pelo advogado San Martin Coqueiro Linhares, que já estava cotado para assumir a pasta desde maio.
San Martin foi do Conselho Nacional do Sesi, Diretor Geral do Detran-PI e Diretor da Funasa. Não aparece menções em trabalhos na área ambiental. Ele é irmão do prefeito de José de Freitas, Roger Linhares (PP). Sua nomeação foi costurada pela deputada Margarete Coelho e já tinha sido anunciado na imprensa do Piauí há 4 meses.
Um engenheiro florestal e um agrônomo
O novo Superintendente do Ibama em Minas Gerais é o engenheiro florestal Enio Marcus Brandão Fonseca, que já foi superintendente de Gestão Ambiental da Cia. Energética de Minas Gerais (CEMIG). É o dono do currículo mais robusto na área ambiental desta lista de novos nomeados.
Formado em 1982 pela Universidade Federal de Viçosa, possui especialização em Engenharia Ambiental pelo Instituto de Educação Tecnológica de Minas Gerais e já presidiu o Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico (FMASE), onde atualmente ocupa a vice-presidência.
Já o Ibama no Estado do Paraná será presidido pelo agrônomo Luiz Antonio Correa Lucchesi, doutor em Agronomia pela The Ohio State University e professor adjunto do Departamento de Solos e Engenharia Agrícola da Universidade Federal do Paraná. Lucchesi é especialista em adubação e reciclagem de nutrientes.
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Um trabalho hercúleo o do Ministro Salles em combater o aparelhamento e esquemas de corrupção como noticiado. Ao contrário do que Daniele Bragança coloca como um demérito – que é próprio do subjornalismo de "resistência" – a substituição de Ricardo Célio Chagas Bezerra mostra o zelo e a seriedade com que o ministro leva a questão.
Triste a opção do Eco pelo assassinato de reputações em um momento de transição positiva que vivemos.
Flávio, volta pro seu gueto
Meu amigo, quem você acha que está exatamente no gueto? Sugestão: Incline-se de lado, abrace os joelhos, chore… Vai se sentir melhor ;0
Sem dúvida a situação do Brasil é de chorar. Ministros foram indicados apenas por afinidade ideológica. Um dos exemplos mais evidentes é a pasta do Meio Ambiente ocupada por um infrator. Os desastres se sucedem, demonstrando os efeitos do desmonte da estrutura profissional que estava sendo formada. Qualquer manifestação técnica que contrarie a ideologia do desmonte ambiental gera perseguição na forma de destituição e transferência. Não se via um aparelhamento do Estado nesse grau de extensão e descaramento desde a República Velha. Já regredimos 100 anos de República. É uma calamidade.
$alle$ é o principal insuflador da criminalidade mais que expliciita nas terras da União (de todos) na Amazônia, Desmoralizou IBAMA, ICMBIO, FUNAI, INPA, INPE e permanece ministro. Bolsona, te cuida….
E há quem diga. "Sempre teve queimada". As teorias das conspirações desse governo porco não tem fim.
Desde Fevereiro os cargos vagos, e ficam buscando justificativas para o aumento das queimadas na Amazônia.
O Brasil que não se quer.
Governado por um Cardume de crasso……
A superintendências do IBAMA nos Estados não estavam acéfalas. Comandavam-nas os Superintendentes Substitutos, TODOS, servidores do IBAMA.