Em todo o país, a destruição da vegetação nativa em 2021 chegou a 26.093 km², área equivalente aos territórios de El Salvador e Trinidad e Tobago somados. Com mais essa perda, a porcentagem vegetação natural ainda em pé no Brasil caiu para 59,2%. Em 2016, essa cifra era de 65,4%. Os números são do novo sistema de monitoramento do INPE, o PRODES Brasil, lançado nesta quarta-feira (14).
O programa PRODES produz o inventário anual da supressão de vegetação nativa primária utilizando imagens de satélites de observação da Terra. Até o ano passado, esta medição estava restrita à Amazônia e Cerrado. A partir de agora, o programa passa a prover informações de desmatamento para todos os biomas terrestres brasileiros.
Entre 2020 e 2021 – último período em que a análise foi feita para todo o país – cinco dos seis biomas do Brasil tiveram alta no desmatamento.
No Pampa, o aumento na devastação foi de 72%, no Pantanal, de 21%, na Mata Atlântica, de 17%. Na Amazônia e Cerrado, o Prodes já havia mostrado aumento de 22% e 8% no período (entre 2020 e 2021). Somente a Caatinga teve uma redução de 5,8% na destruição naquele ano.
Os dados do Prodes Brasil relativos a 2022 serão divulgados no primeiro semestre do ano que vem, segundo o INPE. Já se sabe, no entanto, que o Cerrado amargou 25% de alta na taxa. Para a Amazônia, houve redução de 11%, mas os números não deixaram de ser ruins.
Atualmente, o Pantanal possui 77,2% de sua área total ainda preservada, a Caatinga, 57,3%, o Pampa, 33,9% e a Mata Atlântica, 27,9%. A Amazônia possui cerca de 82% de sua vegetação nativa em pé, e o Cerrado, 49,3% (considerando os novos limites dos biomas, determinados em 2019 pelo IBGE).
A expansão do Prodes para os biomas Pantanal, Pampa, Mata Atlântica e Caatinga foi possível, segundo o INPE, através de recursos captados junto ao Fundo Amazônia. O projeto teve parceria da Fundação de Ciência, Aplicações e Tecnologias Espaciais (FUNCATE).
“Com os dados do PRODES Brasil, o país passa a dispor de informações sistemáticas sobre o desmatamento anual para todos os 8,5 milhões de km² do seu território nacional”, diz o INPE, em nota.
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