Embora o texto final da Conferência da Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas ainda esteja sendo negociado a portas fechadas pelas delegações, tudo indica que há acordo na inclusão de um parágrafo sobre o combate das emissões de gases estufa por desmatamento. A decisão que sairá de Bali será o ‘roadmap’ ou mapa do caminho para as negociações que ocorrerão até 2009 a fim de estabelecer uma nova fase do Protocolo de Quioto.
Portanto, mencionar o desmatamento como um problema importante dentro de uma estratégia global de combate ao aquecimento significa que nos novos compromissos de Quioto surgirão políticas para lidar com as florestas. O texto diz que “políticas e incentivos positivos” vão ser dados para mitigar emissões advindas do desmatamento e degradação de florestas em países em desenvolvimento.
A decepção de alguns aqui em Bali foi de que se esperava uma decisão sobre como seriam estes incentivos nestas negociações. Mas a diferença de visões sobre o que quer o Brasil, que defende um fundo voluntário para reduzir o desmatamento, e Papua Nova Guiné, que briga para aprovar a venda créditos de carbono de florestas, travou maiores avanços. O comitê técnico da Convenção do Clima que analisa as propostas definiu que em março de 2008 haverá uma nova rodada de discussões sobre as políticas para as florestas tropicais.
Leia também

Ajustes em trilha podem melhorar sua função de corredor ecológico no Cerrado
Desenho estratégico de 'rodovias verdes' colabora ainda mais para conservar espécies animais e de plantas, mostra estudo →

Estudo aponta multiplicação preocupante do peixe-leão no litoral brasileiro
Incidência de animais da espécie, invasores nas águas do País, pode chegar a 60% das unidades de conservação marinhas até 2034 →

Cientistas negras viram a Maré: protagonismo e resistência na ecologia, evolução e ciências marinhas
No litoral pernambucano, mulheres negras das áreas de ecologia, evolução e ciências marinhas se reuniram para afirmar seus saberes, romper o isolamento acadêmico e construir um novo horizonte para a ciência com justiça, afeto e pertencimento →