O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas entrou na briga contra a devastação da Amazônia. Reunindo, em 14 de fevereiro no Rio de Janeiro, representantes do Governo Federal, dos estados, de empresas e de ONGs, para tratar do Plano Nacional Sobre Mudanças Climáticas – que é uma encomenda oficial de Brasília – o colegiado deixou claro que não adianta botar no papel o que país não puser também no Programa de Aceleração do Crescimento ou em qualquer projeto de desenvolvimento. Quer que o governo defina metas quantitativas e medidas de controle para a redução da taxa desmatamento. Sem elas, não haverá planejamento ou controle efetivo das políticas públicas para mudanças climáticas.
A prerrogativa de definir essas taxas é do governo – e o plenário evitou a tentação de fixá-las por decisão colegiada. Mas resolveu que cabe ao governo esclarecer, inclusive à opinião pública, em que dados e cálculos elas se baseiam, e não usar números cuja lógica só o Ministério do Meio Ambiente entenda. Como a reunião ocorreu na semana passada, sob a presidência do secretário-executivo Luiz Pinguelli Rosa, o plenário refletiu as más notícias sobre a Amazônia divulgadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Também entrou na discussão a urgência de se rever a matriz energética brasileira. Ou seja, usar mais fontes alternativas e depender menos de hidrelétricas. O Fórum defende um programa de eficiência energética, para cortar perdas, por exemplo, nas linhas de transmissão e mudar os padrões de consumo. O que tem a vantagem de produzir efeitos imediatos na regularização do fornecimento de eletricidade, o que não se consegue com obras faraônicas. E, como a eficiência energética reduz os impactos ambientais, é parte inseparável de qualquer plano sobre mudanças climáticas que se possa levar a sério.
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