Ao longo da área de influência da BR-317, no sul do Amazonas, foram detectados mais de 600 focos de calor pelos satélites do Inpe até o dia 23 de agosto. Estes focos estão mais concentrados próximo à área urbana de Boca do Acre e da divisa com Lábrea, onde está o Projeto de Assentamento Monte, do Incra. Os dados foram divulgados pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). As imagens de satélite do Inpe analisadas pelo Ipam já demonstram cicatrizes deixadas pelas queimadas na região, que dobraram entre os meses de julho e agosto deste ano.

e à direita focos de calor registrados ao longo BR-317 até o dia 17 de agosto
A rodovia BR-317, que liga Boca do Acre (AM) a Rio Branco (AC), começou a ser pavimentada no ano passado. Apesar de federal, o licenciamento foi transferido para o governo estadual e concedido pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).
O Ipam analisou também foco de calor no Departamento Madre de Dios, Peru, na fronteira com o Brasil, cortado pela Rodovia Interoceânica. A pavimentação da rodovia entre o Brasil e a capital do Departamento, Puerto Maldonado, foi concluída este ano. De acordo com o Ipam, 90% dos focos de calor na região foram registrados ao longo da rodovia. Em maio, havia sido detectados penas três focos de calor no departamento peruano. Mas até o dia 23 de agosto, já haviam 280 focos registrados pelos satélites. Os distritos de Tambopata e Las Piedras, com 33% e 25%, respectivamente, foram os que mais tiveram pontos de calor identificados pelos satélites. (Vandré Fonseca)
Leia também

Elevação do nível do mar ameaça aves limícolas migratórias
Estudo mostra que o aumento do nível do mar e a compactação de planícies de maré no Amapá reduzem o alimento para aves migratórias, aumentando seu risco de extinção. →

Governança climática brasileira é centralizada e anacrônica, dizem especialistas
FGV e Instituto Talanoa propõem criação de um “Sistema Nacional” de Clima para o Brasil →

Projeto quer reduzir APA da Baleia-Franca, em Santa Catarina
O projeto de lei pretende excluir toda a faixa terrestre da Área de Proteção Ambiental catarinense, sob alegação de que foco deve estar nos ecossistemas marinhos →