O estudo indica que em 1998 a cobertura de florestas no Amazonas era de 145.555 km². Até 2010, foram destruídos 13.825 km² o que resulta, atualmente, em 131.730 km². Entre as principais ameaças estão a mineração, extração ilegal de madeira, queimadas, mudanças nas práticas agrícolas, pressão populacional, turismo e exploração comercial de produtos naturais, como “os principais fatores de modificação ou perda de florestas, além do reconhecido efeito das mudanças climáticas”.
De acordo com o biólogo Franklin Rojas-Suárez, um dos editores do estudo, “a situação dos ecossistemas na Amazônia venezuelana é similar à de outras regiões ao sul de Orinoco”. Para ele, apesar dos perigos enfrentados pela floresta, a declaração de áreas protegidas (quatro monumentos naturais, dois parques nacionais e uma reserva da biosfera) “foi uma das principais estratégias já aplicadas em sua conservação”.
Apesar desses resultados, o botânico Otto Huber, assessor científico da Fundação Jardim Botânico da Venezuela, diz que a Amazônia venezuelana ainda conserva em suas paisagens “uma configuração muito próxima ao estado natural” – já que a cobertura das florestas sempre-verdes no estado teve, de acordo com ele, pouca redução – cerca de 10% – entre 1988 e 2010. Para Huber, os tepuis ou montanhas localizadas no norte do estado Amazonas estão “virtualmente inexplorados”.
Ele pede a instituições oficiais que façam convênios para a realização de pesquisas que estudem as modificações da floresta de 2011 em diante. Vamos ver o que dirá o próximo LR.
Estado de conservação do Amazonas
Bosque de palmeiras: Em 1988 foi estimada uma superfície de 4.508 km², em 2010 diminuiu para 1.412 km². Estado “vulnerável”. Entre as principais ameaças estão a agropecuária, a extração de espécies e a exploração de madeira. Bosques sempre-verdes: 93% dos bosques sempre-verdes da Venezuela (290.018 km²) estão nos estados Amazonas, Bolívar e Delta Amacuro, sendo o Amazonas o segundo com maior extenção – 131.700 km² em 2010. Os bosques encontram-se no estado de “quase ameaçados”. Arbustais sempre-verdes: “Preocupação menor”. Entre suas ameaças, a destruição por queimadas repetidas e atividade mineradora. Arbustais ribeirinhos: São plantas adaptadas a períodos de inundação, se encontram ao sudoeste do Amazonas nas bacias dos rios Atabapo-Guainía, Casiquiare e Rio Negro. Abriga uma área de 12.017 km² e segundo o LR são qualificadas como “preocupação menor”. Cientistas recomendam “identificar modificações antrópicas e tomar medidas corretivas antes que se tornem ecossistemas ameaçados”. Arbustais e herbáceos tepuianos: Categoria “vulnerável”, sendo suas potenciais ameaças o turismo (devido a pegadas, aterrissagem de helicópteros, atividades de escalada e rapel, voos em parapente e asa delta, introdução de espécies exóticas e acumulação de lixo). Floresta semidecidual: Diz o LR: “a intervenção é notória, principalmente pela mineração ilegal e os efeitos desta atividade”. Risco de eliminação. “As perturbações continuarão”. Estas florestas são encontradas nos parques nacionais Duida-Marahuaca e Parima Tapirapecó, no sudeste do Amazonas. Floresta ribeirinha: Chega a 3.622 km², categoria de “preocupação menor”. Suas ameaças são o desmatamento e a mineração. Existe debilidade na legislação ambiental em não contemplar estratégias suficientes para a proteção destas florestas, consideradas corredores ecológicos que possibilitam a dispersão de organismos e seu intercâmbio genético. Herbáceos arbustivos sobre areia branca: “preocupação menor”. Suas principais ameaças são atividades mineiras e mudanças climáticas “que poderiam implicar em médio e longo prazo alterações no regime de inundação e aumento dos meses secos deste ecossistema”. Vegetação saxícola: “vulnerável” devido ao turismo descontrolado. “Se estima que o dano gerado seja radicalmente irreversível”. |
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