![Uma raposinha solta por Fred. Fotos: Adriano Gambarini](/wp-content/uploads/oeco-migration/images/stories/abr2013/cAGgambarini-01.jpg)
Hoje finda minha participação por aqui; pegarei a estrada para percorrer 1.100 quilômetros de retorno. Levo a certeza de que nos próximos 40 dias a equipe de campo do Programa de Conservação Mamíferos do Cerrado avançará no seu trabalho e percorrerá, entre idas e vindas aos campos da região do Limoeiro, uma distância talvez maior do que a distância que trilharei para casa. Seus membros continuarão buscando as respostas de como conservar o que ainda resta dos carnívoros viventes nesta região.
Até o presente momento, foram capturadas 6 raposas, sendo uma nova (Miss Root, filha de Flávia) e 5 recapturadas com troca de rádio-colar. Para os cachorros-do-mato, foram 7 novas capturas e 2 deles tiveram rádio-colar instalados. Um dos 2 lobos ainda resistentes aos problemas criados pela pressão humana, descrita no último artigo, foi também recapturado.
Não é de hoje que falo: o que me motiva a documentar pesquisas de campo e a crença dos pesquisadores no seu trabalho. O Programa de Conservação Mamíferos do Cerrado tem como alicerce pessoas que carregam uma das virtudes que mais admiro: ideologia. Fred e Fernanda tem isto de sobra, assim como outros pesquisadores com quem tenho a honra de trabalhar e ser parceiro.
Só é possível entrar de cabeça em empreitadas como esta, se a ideologia for a base de todas as atitudes.
E se todas as perdas da biodiversidade para o ‘mundo incoerente dos homens’ não tiverem mais jeito, temos que resistir. Temos que usar nossa máquina intelectual para criar estratégias de transformação.
A recriação, reconstrução, renascimento é possível. Basta acreditar e fazer com que os outros também acreditem. Não é fácil, eu sei.
Mas a vida da raposinha Flávia com seus filhotes também não deve ser nada simples. Eles sobrevivem escapando da agressividade dos cachorros domésticos e vivendo numa toca embaixo de um campo de braquiária onde dezenas de nelores caminham pesadamente. As raposinhas estão lá, lutando pela sobrevivência. E conseguindo.
Dia 01 – No rastro dos mamíferos que sobrevivem no Cerrado
Dia 02 – Começa a rotina das capturas e medições
Dia 03 – O encontro com a raposa Flávia e sua prole
Dia 04 – Entram em campo os médicos dos bichos
Dia 05 – A dura vida dos animais silvestres no mundo de homens
Leia também
![](https://i0.wp.com/oeco.org.br/wp-content/uploads/2024/07/26265111-high.jpeg?resize=600%2C400&ssl=1)
Desmatamento no Cerrado cai no 1º semestre, mas ainda não é possível afirmar tendência
Queda foi de 29% em comparação com mesmo período do ano passado. Somente resultados de junho a outubro, no entanto, indicarão redução de fato, diz IPAM →
![](https://i0.wp.com/oeco.org.br/wp-content/uploads/2024/07/15035560-high.jpeg?resize=600%2C400&ssl=1)
Unesco reconhece Parna dos Lençóis Maranhenses como Patrimônio da Humanidade
Beleza cênica e fato de os Lençóis Maranhenses serem um fenômeno natural único no mundo levaram organização a conceder o título →
![](https://i0.wp.com/oeco.org.br/wp-content/uploads/2024/07/unnamed.png?resize=600%2C400&ssl=1)
Dez onças são monitoradas na Serra do Mar paranaense
Nove adultos e um filhote estão sendo acompanhados pelo Programa Grandes Mamíferos da Serra do Mar. Primeiro registro ocorreu em 2018 →