Cerca de 70 mil hectares de florestas em Rondônia foram utilizados para extração madeireira, entre 2019 e 2020. Do total desta área, em ao menos 5.814 hectares a retirada da madeira ocorreu de forma ilegal, em áreas protegidas. Os dados, divulgados na última semana, fazem parte de um estudo realizado pela Rede Simex, formada por quatro organizações ambientais: Imazon, Idesam, Imaflora e ICV. Rondônia é o terceiro no ranking de estados com maior área utilizada para exploração florestal na Amazônia.
A extração de madeira em unidades de conservação de proteção integral e Terras Indígenas é vedada por lei. No entanto, o trabalho revelou que somente em TIs, a área explorada chegou a 3.307 hectares.
A TI Tubarão Latunde, localizada no sudeste do estado, concentrou 68% das explorações, com 2.242 hectares, o equivalente a mais de dois mil campos de futebol. A outra terra com extração de madeira identificada no estudo foi a Rio Omerê, onde 1.065 hectares foram explorados, 32% do total mapeado em terras indígenas.
Na categoria de unidades de conservação de proteção integral, 86% da exploração madeireira ocorreu no Parque Nacional dos Campos Amazônicos. A UC é localizada no norte de Rondônia, na divisa com o Amazonas e Mato Grosso, região que enfrenta alta pressão pela destruição da floresta.
Já nas unidades de conservação de uso sustentável, 78% das explorações ocorreram na Reserva Extrativista Rio Preto-Jacundá e na Floresta Nacional de Jacundá, que está em concessão.
Apesar dos números significativos de extração ilegal em áreas protegidas, o total da ilegalidade é bem maior. O problema é que a falta de acesso aos dados públicos completos impediu a análise em todo território rondoniense. No Mato Grosso, por exemplo, outro estudo da Rede Simex mostrou que os imóveis rurais cadastrados eram responsáveis por 70% da exploração ilegal no estado.
“A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental – SEDAM/RO disponibilizou parcialmente dados de autorizações de exploração florestal e das áreas de manejo florestal (AMF). No entanto, esses dados não foram suficientes e não apresentaram os formatos necessários para a concretização da análise de legalidade até o lançamento do presente estudo”, diz parte do trabalho.
Exploração por categorias
Conforme a pesquisa, foram identificados 69.794 hectares com exploração madeireira em Rondônia, entre agosto de 2019 e julho de 2020. Destes, 78% (54.416 hectares) concentraram-se em imóveis rurais cadastrados, 10,2% (7.154 ha) em unidades de conservação que não de proteção integral, 8,3% (5.814 ha) em UCs de proteção integral e Terras Indígenas, 1,3% (901 ha) em assentamentos rurais, 0,5% (392 ha) em terras não destinadas e 1,6% (1.117 ha) em outras categorias.
Somente na cidade de Porto Velho foram identificados 29.646 ha da exploração madeireira no período (42%), seguida por Machadinho d´Oeste, com 8.129 ha (12%), e Candeias do Jamari, com 6.317 hectares (9%).
“Esses municípios concentram-se na região norte que, nos últimos anos, destacou-se pelo desmatamento. E, agora, segundo os nossos dados, também destaca-se pela exploração madeireira”, afirma Julia Niero Costa, do Imaflora.
Extração madeireira
Ao contrário do desmatamento, em que ocorre a remoção completa da vegetação com o ‘corte raso’, a exploração madeireira feita fora do estabelecido nos planos de manejo provoca degradação, que é quando a floresta é continuamente empobrecida por distúrbios, reduzindo sua biomassa e o próprio estoque de madeira comercial.
A extração madeireira sem controle leva ao empobrecimento da biodiversidade e à emissão de gases de efeito estufa, entre outros problemas.
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O estado de Rondônia está devendo na conta de quanta floresta deveria ter, segundo o código florestal, e aquele governador picareta ainda reduz reservas de sua responsabilidade. Como a proteção da amazônia é questão de segurança nacional, temos de declarar grileiros, garimpeiros e madeireiros como inimigos da pátria e assim abrir as opções das forças de segurança para “eliminar” o problema. E que se dane o “mimimi” desses vagabundos que se dizem trabalhadores. Trabalhador não vive às custas de destruição.