Reportagens

Para além da cortina de fumaça: conheça as propostas dos candidatos à Prefeitura de São Paulo para o meio ambiente

((o))eco compilou os planos de governo dos cinco principais candidatos ao executivo na capital paulista sob a perspectiva ambiental

Débora Pinto ·
26 de setembro de 2024

A campanha para as eleições municipais de 2024 em São Paulo tem sido uma experiência bastante singular para os paulistanos. Em princípio, acreditava-se que a disputa entre o atual prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) demarcaria a influência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do presidente Lula (PT) ao rivalizar seus apoiados. A vitrine da maior cidade do país, porém, trouxe uma inesperada linha de reinvenção, com a chegada na disputa de Pablo Marçal (PRTB). O apoio de Bolsonaro a Nunes – que também recebe o aval do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) – não promoveu a esperada coesão do eleitorado bolsonarista, que se sentiu identificado com a abordagem truculenta de Marçal.

Pesquisa Quaest divulgada nesta terça-feira (24) mostra Ricardo Nunes (MDB) com 25% das intenções de voto, Guilherme Boulos (PSOL) com 23% e Pablo Marçal (PRTB) com 20%, em um triplo empate técnico na liderança. Tábata Amaral (PSB), conta com  8% das intenções de voto e José Luiz Datena (PSDB) com 6% .

Para aquecer ainda mais a narrativa eleitoral, as farpas, acusações, agressões – que inclui a cadeirada de José Luiz Datena em Marçal durante debate – ocorreram enquanto a cidade era engolida pela fumaça advinda de numerosos incêndios que tomaram conta do país no último mês. Se a pauta ambiental nem sempre é vista como prioridade diante de tantas mazelas sociais, tornou-se impossível ignorar a importância das políticas públicas voltadas ao meio ambiente, ao combate de ilícitos ambientais e, também, da saúde ambiental da cidade. Até o cidadão menos interessado viu-se diante da urgência do tema, já que o ar da cidade tornou-se o mais poluído do mundo por dias no mês de setembro.

Pablo Marçal criticou abertamente o trabalho da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima Marina Silva, culpando-a pelo fogo e afirmando que Ricardo Salles “é o Pelé perto dela”. Atualmente deputado federal e ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Salles ficou conhecido por sugerir o afrouxamento de regras ambientais durante a pandemia para o setor do agronegócio “passar a boiada”, e por fim foi afastado por ligação com a obstrução na maior apreensão de madeira ilegal da história do  Brasil.

Ricardo Nunes, por sua vez, poderá contar com R$2.2 bilhões de adiantamento nos cofres da cidade em ano eleitoral após apoiar a privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo), ação duramente criticada por ambientalistas. 

Poluição vista no horizonte da região do Ibirapuera, em 2009. Foto: Alexandre Giesbrecht/Wikimédia.

Assim como Marçal e Nunes, Guilherme Boulos e Tábata Amaral seguiram apresentando propostas, cada um em seu espectro político, citando ações ligadas à diminuição do uso de combustíveis fósseis a partir da eletrificação da frota de ônibus, a ampliação e criação de áreas verdes, o fomento à agricultura urbana e o cuidado com as áreas de mananciais. Inicialmente, porém, não é possível verificar diferenças radicais entre as propostas ou afirmar que o meio ambiente tenha sido tratado como uma prioridade. Menos ainda que perspectivas mais contemporâneas tenham sido seriamente consideradas, como as questões ligadas à justiça climática, o racismo ambiental ou, ainda, o direito das crianças aos ambientes naturais.

((o)) eco reuniu as proposições dispostas nos planos de governo de Ricardo Nunes, Guilherme Boulos, Pablo Marçal, Tábata Amaral e José Luiz Datena. Para isso, elencou os temas mudanças climáticas, transporte público e mobilidade, gestão hídrica e saneamento, gestão de resíduos, proteção e acesso às áreas verdes, economia verde e educação ambiental, um olhar panorâmico das pautas ambientais nos planos dos cinco principais candidatos.

Se a descrença na representatividade política se espraia para os planos de governo, eles são a formalização de ideias que, uma vez submetidas ao crivo dos cidadãos e utilizadas como critério de escolha, podem também se manifestar como cobrança e verificação da coerência entre promessa e ação após o resultado das eleições.

Conheça, abaixo, a compilação das principais propostas dos candidatos ao executivo na cidade de São Paulo, na perspectiva ambiental.

Ricardo Nunes

Mudanças Climáticas

Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito e candidato à reeleição – que esteve no comando da cidade nos dias em que a capital registrou os piores índices de qualidade do ar do mundo  por conta das queimadas- , se compromete a desenvolver um plano de ação que aborde tanto a mitigação quanto a adaptação aos impactos climáticos. O candidato prevê a continuidade dos trabalhos da Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas (SECLIMA), e do Plano Preventivo Chuvas de Verão (PPCV), que busca enfrentar os problemas causados por eventos climáticos extremos, como enchentes e deslizamentos. 

Também prosseguirá o  PlanClima, o Plano de Ação Climática do Município, que visa aprimorar o acompanhamento das ações de combate aos efeitos das mudanças climáticas e a qualidade das informações fornecidas pelos órgãos responsáveis. Outro foco está no fortalecimento da Coordenação Municipal de Defesa Civil (COMDEC) e na consolidação  do Plano Municipal de Redução de Riscos, com ênfase na prevenção e mitigação dos impactos das mudanças climáticas e a  revisão de protocolos, atualizado o mapeamento de riscos e realização de intervenções em áreas críticas. Nunes também promete  aprimorar o Sistema de Alerta a Inundações de São Paulo (SAISP) e ampliar o monitoramento de áreas de risco, visando a prevenção e a resposta rápida a desastres. 

Gestão hídrica e saneamento

O candidato propõe ampliar a cobertura da rede de esgoto na cidade. Seu plano indica a implementação de políticas para proteger os mananciais, como implementar e reforçar a fiscalização para evitar ocupações irregulares, além da realização de ações de revitalização nas bacias hidrográficas, com foco na recuperação de áreas degradadas e a melhoria da drenagem urbana. Cita como estratégia  a integração do desenvolvimento das Áreas de Proteção e Recuperação dos Mananciais (APRM) com habitação social, lazer e empregos verdes e a  atuação nos  assentamentos precários da represa Billings e Guarapiranga, no marco legal do Programa Mananciais. Nunes também cita a adoção de novas tecnologias para o tratamento de água e esgoto, além da integração das políticas de saneamento com outras áreas, como habitação e meio ambiente, para um planejamento urbano mais sustentável. 

O candidato afirma que irá  promover campanhas educativas para informar a população sobre a importância do uso consciente da água e da correta destinação de resíduos e que buscará estabelecer parcerias com ONGs e grupos comunitários para ações conjuntas de preservação e recuperação dos recursos hídricos. Outra promessa é a criação do Projeto Margens Abertas, com o objetivo de  integrar o desenvolvimento urbano com a melhoria da relação com os corpos d’água, e o Plano Hidroviário, que prevê a criação de ecoportos no Rio Pinheiros, com espaços de convivência e lazer. 

Gestão de Resíduos

A gestão de resíduos é descrita como prioridade no plano de Nunes, que afirma contar com metas ambiciosas para compostagem, reciclagem e logística reversa, além da modernização dos serviços de coleta e destinação. 

Transporte público e mobilidade 

O candidato afirma que irá implementar o programa de distribuição de carga com veículos “zero emissões” e fornecerá incentivos para a substituição da frota de transporte escolar por alternativas não fósseis.Nunes defende o uso de biometano em veículos e a criação de áreas verdes em espaços de canalização de tráfego. 

Proteção e acesso a áreas verdes

Nunes planeja criar novos parques, especialmente em regiões periféricas da cidade. A proposta de reflorestamento em áreas urbanas é outra medida que visa aumentar a cobertura verde da megalópole.  O candidato afirma que aplicará tecnologia de imagem via satélite, sobrevoo de drones e sistema de monitoramento integrado para fiscalização e proteção ambiental. 

Economia verde

Nunes promete ampliar a qualificação profissional em economia verde e economia criativa. Também afirma que fomentará a criação de  hortas urbanas, estufas, viveiros de plantas além de expandir o programa Sampa+Rural, que oferece cursos e insumos para a agricultura urbana e periurbana. 

Ainda faz parte de suas propostas a criação de espaços para capacitação e a implantação de uma plataforma georreferenciada para integrar dados socioeconômicos e identificar as vocações e as oportunidades do município para, juntamente com suas lideranças, impulsionar o desenvolvimento de setores e atividades que tenham o potencial de promover o crescimento econômico sustentável, valorizar cadeias e redes produtivas para aumentar a competitividade e criar oportunidades de emprego e renda no território. 

Também faz parte da proposta de Nunes a promoção de eventos internacionais de inovação e tecnologia com ações de  ações de ESG  envolvendo jovens, monitores e servidores de programas da Prefeitura e a criação de um plano municipal para implementar cidades inteligentes, resilientes e sustentáveis, com foco nas periferias.

Educação ambiental 

Nunes prevê a continuidade dos projetos “Rolê Ecológico”, que possibilita a interação entre os alunos e agricultores capacitados a ensinar agricultura familiar, alimentação saudável, e sustentabilidade e da  Arena Green, voltada a estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental para participação em uma série de experiências que promovem a imersão na chamada cidadania planetária e propõem mudanças de atitude em relação à sustentabilidade, além de identificar potencialidades e estimular o debate sobre o tema nas salas de aula. 

Guilherme Boulos

Mudanças climáticas

Guilherme Boulos (PSOL) propõe uma abordagem integrada que une políticas habitacionais a iniciativas de preservação ambiental, com o intuito de garantir moradia digna além da habitação, incluindo o acesso a áreas verdes e espaços de lazer.Aponta também  que a construção de moradias sustentáveis pode contribuir para a qualidade de vida e a saúde urbana, assegurando que comunidades vulneráveis tenham acesso a um ambiente saudável e equilibrado. O candidato planeja liderar  projetos de cooperação internacional que passem pela mitigação e adaptação às mudanças climáticas, inovações urbanas, justiça social e defesa da democracia. 

Gestão hídrica e saneamento

Boulos propõe a criação de um sistema municipal de gestão integrada para as Áreas de Preservação e Recuperação de Mananciais, a articulação dos agentes públicos e da sociedade civil, o fortalecimento da GCM (Guarda Civil Metropolitana) Ambiental e a fiscalização das Subprefeituras em áreas de mananciais, além destinação de mais recursos para o Programa Mananciais, com o objetivo de garantir a segurança hídrica, a qualidade dos mananciais, a readequação ambiental dos assentamentos existentes e a 

compatibilização de usos sustentáveis. Saneamento, de acordo com o candidato, será a prioridade nos planos urbanísticos locais de intervenção de urbanização, principalmente nas áreas mais vulneráveis. 

Gestão de resíduos

O candidato indica em seu plano de governo que irá universalizar a coleta seletiva de resíduos, levando-a aos 96 distritos do município, ampliando parceria com cooperativas e entidades de catadores de reciclagem, além de viabilizar novos centros de triagem e estimular a compostagem do resíduo orgânico, tanto doméstico quanto os resíduos de poda e feiras livres, com novos pátios de compostagem. 

Transporte público e mobilidade

Boulos propõe uma transformação no sistema de transporte público, priorizando a inclusão social e a eficiência ambiental. Aponta a dinâmica disfuncional de deslocamento dos trabalhadores da periferia ao centro (onde encontram-se a maioria dos postos de trabalho e serviços) como um entrave ao enfrentamento das mudanças climáticas. Dentre suas propostas está a  expansão, com planejamento e consulta, da rede cicloviária, a viabilização de bicicletários integrados ao sistema de transporte coletivo e ampliação do programa de bicicletas compartilhadas.

Proteção e acesso a áreas verdes

Outra proposta de Boulos é a criação de parques e áreas verdes em regiões periféricas e de vulnerabilidade social. Para o candidato,  a democratização do acesso a espaços de lazer é crucial para a qualidade de vida e para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, especialmente em áreas urbanas que sofrem com o calor excessivo.

Economia verde

O plano de Boulos aponta o estímulo à criação de hortas urbanas e periurbanas, agregando assistência técnica agroecológica e fomentando a organização do trabalho em associações e cooperativas. Cita também colocar São Paulo em sintonia com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU e a Agenda 2030 e, com isso, atrair financiamentos internacionais que fomentem projetos para o desenvolvimento justo e sustentável.

Educação ambiental

Boulos promete instituir um programa de educação ambiental em todas as escolas municipais, com aprendizado e prática de separação de resíduos. 

Pablo Marçal

Mudanças Climáticas

Pablo Marçal (PRTB), propõe desenvolver projetos de revitalização das áreas naturais da cidade, que indica serem essenciais para a conservação da biodiversidade, como forma de regulação do clima. O termo “mudanças climáticas” não é citado nenhuma vez no plano de governo de Marçal.

Gestão hídrica e saneamento

Marçal se compromete a  limpar definitivamente o rio Tietê, implementando tecnologias de ponta para a remoção de poluentes e tratamento das águas e desenvolver uma infraestrutura eficiente para o manejo de resíduos, para evitar que o lixo e esgoto sejam despejados no rio. Propõe uma gestão correta que atenda às necessidades básicas da população, transformando os resíduos em riqueza por meio do bio saneamento e indica que irá universalizar o acesso ao saneamento básico na cidade.

Gestão de Resíduos 

O candidato propõe a criação de parcerias público-privadas para desenvolver tecnologias que melhorem a reciclagem e a compostagem e sugere  a implementação de aplicativos que facilitem a separação do lixo e a coleta seletiva. além de  Implementar um sistema mais eficiente de coleta de lixo, com aumento na participação da população na separação dos resíduos. Visa também criar centros de triagem para aumentar a eficiência na reciclagem de materiais e reduzir a quantidade de resíduos enviados a aterros.

Transporte público e mobilidade

Marçal defende a criação de  uma central de tráfego integrada, gerando informações que determinem o funcionamento de semáforos, reduzindo os congestionamentos, além do uso de bases de dados sobre os deslocamentos na cidade para induzir inovações. A micromobilidade (bicicleta, patinetes, caminhada,  e outros), além de sistemas de carona e plataformas que integrem diferentes modais de transportes devem, de acordo com o candidato, ser incentivadas. O candidato cita como exemplo disruptivo e menos promotor de impactos ambientais o modal teleférico implantado em Medellín e La Paz. 

Proteção e acesso a áreas verdes

Marçal estabelece a ampliação das ações da GCM (Guarda Civil Metropolitana) nas zonas de proteção ambiental como estratégia para a proteção desses territórios . Seu intuito é triplicar o efetivo da guarda, atualmente com 7 mil membros. O candidato propõe ainda a integração de  hospitais a espaços verdes e áreas para exercícios.

Economia Verde

O candidato cita áreas verdes relevantes da cidade – Parque Ibirapuera,  Parque Estadual da Cantareira e  Parque Estadual do Jaraguá, dentre outros –  como possíveis pólos de fomento para o desenvolvimento turístico da capital paulista.Marçal também indica a gestão eficiente dos resíduos naturais e a transformação do lixo em riqueza, incluindo a reutilização e reciclagem de recursos. Dentro suas propostas também estão incentivos à iniciativa privada para participar da preservação do meio ambiente e de uma cidade mais sustentável, como a implantação do IPTU verde.

Educação ambiental

O candidato cita, especificamente no item voltado à proteção do meio ambiente, a criação de políticas públicas eficientes em parceria com as subprefeituras e Organizações da Sociedade Civil para promover tanto a educação por meio da conscientização e cobrança, quanto a garantia da provisão de recursos básicos, principalmente nas regiões de maior vulnerabilidade onde a população é menos assistida e instruída.

Tábata Amaral

Mudanças climáticas

A candidata afirma que irá promover a implantação de uma Política Municipal de Energia Limpa e Solar, com a utilização de energia solar nos prédios públicos e nas habitações sociais, além da promoção e o incentivo a outras fontes de energia limpa, especialmente as provenientes de resíduos sólidos (inclusive biodigestores). Também propõe  criar e fortalecer mecanismos para a preparação e mitigação dos efeitos de desastres ambientais e mudanças climáticas, considerando populações migrantes vulneráveis, especialmente no caso de deslocamento forçado múltiplo ou secundário. Em seu plano Amaral aponta que irá  acelerar a elaboração do Plano Municipal de Redução de Riscos, focando na realização de vistorias e na criação de projetos para as áreas de risco da cidade. Este plano deve estabelecer etapas e prazos para a conclusão dos planos de contingência da Defesa Civil, promover a participação da sociedade civil e definir protocolos de ação para eventos de risco.

Também fazem parte de seus planos  implementar projetos de infraestrutura verde, com mapeamento contínuo e identificação de áreas de risco, e o desenvolvimento de soluções direcionadas para cada realidade, considerando as múltiplas necessidades de populações desalojadas, e especial atenção para fundos de vale e encostas, com linhas de drenagem e contenção que protejam o solo para evitar deslizamentos, além de  elaborar estratégia e qualificação de equipes de saúde mental para atuação em situações de desastres e emergências humanitárias.

Gestão Hídrica e Saneamento

Amaral propõe criar a Secretaria Municipal de Recursos Hídricos, além de estabelecer rotina e governança com os demais municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) para uma abordagem regional das questões de macrodrenagem, abastecimento, tratamento de água e gestão de resíduos sólidos. Segundo indica, sob seu comando a  Prefeitura trabalhará para a aprovação do Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado (PDUI) da RMSP, buscando a criação de diretrizes e os marcos regulatórios para um Plano de Gerenciamento de Riscos Metropolitano.

Implantará, também, um sistema de fiscalização ambiental focado na proteção das áreas verdes produtoras de água, em parceria com o Estado (Mananciais Zona Sul, Cantareira e Remanescentes da Zona Leste e Zona Oeste)  e  retomará o Programa Córrego Limpo, em parceria com a Sabesp, visando recuperar os corpos d’água, possibilitando o consumo de água da população e “corredores azuis” para a fauna.  

Suas propostas também abarcam monitorar ativamente os projetos aprovados pelo FMSAI (Fundo Municipal de Saneamento Ambiental e Infraestrutura) e a liberação dos recursos do fundo, garantindo a efetividade dos projetos e a correta alocação dos recursos;  fortalecer e criar estrutura de trabalho para o Comitê Gestor do Saneamento de São Paulo, responsável por definir e articular, no âmbito do município, as ações necessárias para o saneamento básico, acompanhar o andamento das metas e ações acordadas com a Sabesp e coordenar a contraparte do município no contrato com a concessionária, além de garantir transparência e facilidade de acesso das informações territorializadas sobre saneamento para todos os cidadãos, garantindo, entre outras demandas, que a gestão noturna de pressão nas canalizações de abastecimento de água seja feita com o devido conhecimento e acesso pela população. 

Amaral também aponta que irá desenvolver um projeto, em parceria com a Sabesp, para que a redução da pressão tenha gestão e acompanhamento sistemático, que permitam a modulação das pressões por região, dias e duração, ao invés de supressão do abastecimento e  criar, em conjunto com os demais municípios da região metropolitana e Sabesp, Planos de Contingência para as situações de crise hídrica.

Gestão de resíduos

A candidata planeja a expansão e melhoria dos serviços de coleta seletiva, garantindo que mais materiais recicláveis sejam adequadamente separados e processados, a implementação de programas de compostagem em larga escala para reduzir a quantidade de resíduos orgânicos que vão para os aterros sanitários, a realização de campanhas educativas para informar a população sobre a importância da separação correta dos resíduos e incentivar práticas de reciclagem e reutilização e a criação de parcerias com empresas e organizações da sociedade civil para desenvolver soluções inovadoras na gestão de resíduos. 

Propõe ainda controlar o lançamento de lixo, entulho e solo oriundos de cortes e aterros, para evitar o assoreamento e a redução da capacidade de reservação dos rios, córregos e piscinões da cidade e implementar sistemas de separação de sólidos em bueiros.

Transporte público e mobilidade

Amaral indica  a expansão do transporte público e a criação de ciclovias em seu plano. Sua visão inclui o incentivo ao uso de veículos elétricos e a promoção de alternativas de transporte que reduzam a dependência de combustíveis fósseis, com a  ampliação do uso de bicicletas e outros modais de mobilidade ativa, além da expansão do número de bicicletários em terminais de ônibus, estações da CPTM e Metrô.  

Proteção e acesso `às áreas verdes

A candidata destaca o aprimoramento do uso de tecnologias e ações imediatas para impedir desmatamentos, novas invasões e loteamentos irregulares e afirma que implantará, novos parques nas regiões periféricas, visando a proteção das áreas verdes e produtoras de água, ampliará as áreas de lazer para a população e de refúgio para a fauna silvestre.

Economia verde

A candidata propõe ampliar a oferta de infraestrutura e capacitação profissional para atrair investimentos de setores altamente tecnológicos, da indústria de economia criativa e de economia verde. As estratégias indicadas  passam por reduzir a burocracia municipal com foco na atração de investimentos, no fortalecimento da imagem global da cidade no exterior e na estruturação de uma política robusta de turismo.

Educação Ambiental

Publicar e implementar o Plano Municipal de Educação Ambiental (PMEA) é uma das ações propostas pela candidata, com metas e estratégias que devem envolver ações de Educação Ambiental em todo o município, inclusive nas escolas municipais, com foco no enfrentamento das transições climáticas.

José Luiz Datena

Mudanças Climáticas 

O candidato ressalta a necessidade de criar um plano de ação que inclua medidas de adaptação e mitigação. Ele propõe a implementação de programas para enfrentar eventos climáticos extremos, como enchentes, e para promover a conscientização sobre os impactos das mudanças climáticas na vida urbana. 

Segundo Datena, sob sua gestão a cidade passará a estar preparada e resiliente para enfrentar as mudanças climáticas em curso. Em especial, com ações de redução das emissões de gases de efeito estufa e da poluição; com melhor monitoramento e fiscalização da qualidade do ar, da água e do solo. 

Datena também articula que incentivará políticas de eficiência energética, com adoção de energias renováveis, especialmente a solar, em prédios públicos e ampliar o uso de biogás gerado em aterros para produção de energia elétrica. As compras públicas darão prioridade à contratação de obras e serviços que tenham compromisso com a sustentabilidade, estimulando a reciclagem, a certificação de materiais e a eficiência energética.

Gestão hídrica e saneamento

Datena afirma em seu plano que a renovação do contrato de concessão da prestação dos serviços de saneamento no município firmado com a Sabesp potencializa a expansão e a melhoria do abastecimento de água, da coleta e do tratamento de esgotos, bem como deve servir para obrigar a empresa a atuar com muito mais vigor na proteção e na preservação de mananciais e corpos d’água.

Também em parceria com a concessionária, planeja ampliar e fortalecer o programa Córrego Limpo, de despoluição desses corpos d’água, e implantar barreiras coletoras de resíduos sólidos nos córregos da cidade. Vou realizar mais obras voltadas a aprimorar as condições de drenagem em bacias do município, bem como a prevenção de alagamentos e enchentes, seguindo o que estabelece o Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais. E promover práticas baseadas no conceito de ‘cidade-esponja’: soluções baseadas na natureza que permitem maior permeabilidade e escoamento das águas, tais como jardins, telhados verdes, canteiros, pisos permeáveis e drenantes. 

Gestão de Resíduos

O candidato propõe a ampliação significativa da coleta de resíduos na cidade, em especial com o aumento expressivo do volume reciclado. Destaca ainda que a política de resíduos sólidos de sua gestão buscará ampliar significativamente a abrangência da coleta seletiva e pelo menos triplicar o volume de resíduos reciclados.

Como estratégia, cita a maior atuação das concessionárias responsáveis pelo serviço de coleta e  maior apoio a associações e cooperativas de catadores e a  implantação de Ecopontos em cada distrito da cidade, para deposição regular de resíduos de construção e demolição gerados por pequenas obras, além de ampliar usinas de compostagem A coleta mecanizada de resíduos domiciliares será ampliada na cidade, tornando o processo mais seguro e eficiente.

Transporte e mobilidade urbana

O candidato planeja acelerar a substituição da frota de ônibus por veículos movidos a energias menos poluentes, como elétrica, biogás, hidrogênio verde e híbrida, e construir os corredores de ônibus, as ciclovias, as ciclofaixas e as faixas exclusivas para motos (faixa azul) e apoiar a expansão do transporte sobre trilhos, sob alçada estadual, e tirar do papel o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) do Centro, meio de transporte eficiente e com baixíssima emissão de GEE (Gases do Efeito Estufa).

Proteção e acesso às áreas verdes

Datena indica  que irá expandir a preservação e conservação de áreas verdes da cidade.O candidato afirma que irá  ampliar a cobertura vegetal da cidade com um programa intensivo e permanente de plantio de árvores nativas, e criar novos parques, áreas verdes, praças e jardins, sobretudo na periferia, em consonância com o Plano Municipal de Áreas Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres. 

Planeja ainda implantar parques lineares e áreas de preservação permanente ao longo de rios e córregos, promover a renaturalização de cursos d’água urbanos e identificar fontes ilegais de disposição de efluentes em sistemas de águas pluviais, punindo rigidamente seus responsáveis. Irá, de acordo com seu plano, apoiar a criação de hortas comunitárias e escolares, incentivar a agroecologia, a permacultura e a produção local de alimentos. 

O candidato visa fortalecer a Guarda Civil Metropolitana (GCM), com poder de polícia, serviços de inteligência e investigação, para atuação na proteção ambiental. Planeja , também, o monitoramento ambiental em tempo real.

Economia verde

O candidato aponta  em seu plano  que apoiará a economia circular, com a implementação de políticas para reduzir, reutilizar e reciclar resíduos, visando minimizar a geração de lixo e promover uma gestão eficiente de recursos.

Educação ambiental

Datena propõe, por meio de campanhas de conscientização e educação ambiental, ampliar a adesão da população à reciclagem.

  • Débora Pinto

    Jornalista pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, atua há vinte anos na produção e pesquisa de conteúdo colaborando e coordenando projetos digitais, em mídias impressas e na pesquisa audiovisual

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