O Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro está pilotando a elaboração de um Programa Nacional de Pesquisas e Conservação em Ecossistemas de Montanhas. Para tanto, veiculou um formulário na Internet onde entidades selecionadas poderão oferecer sugestões à iniciativa. O prazo para envio de idéias é até antes de 14 de dezembro, quando começa um seminário fechado ao público sobre o assunto, no Rio. Depois de concluído, o programa será apreciado pela Comissão Nacional da Biodiversidade e poderá ser abraçado pelo governo para dar impulso a pesquisas, conservação e bom uso das montanhas.
Apicultor e especialista em gestão ambiental de sistemas florestais, Luis Felipe Cesar lembra que as diferenças de temperatura ao longo das montanhas ajudaram a lotear esses ambientes com rica biodiversidade. No caso específico da Mata Atlântica, quase tudo que resta do bioma está protegido em regiões de altitude. “Montanhas também são ótimas captadoras e fornecedoras de água, além de muito bonitas”, disse o diretor-executivo da ong Crescente Fértil.
A construção de planos nacionais sobre montanhas ganhou força em 2002, quando as Nações Unidas declararam aquele ano como voltado à proteção desses locais. À época, Cesar fez memorável discurso sobre os cumes brasileiros na reunião da Associação Mundial de Moradores de Montanhas (veja abaixo), em Quito (Equador).
Um dos planos nacionais mais elogiados é o Turquino-Manatí, de Cuba. Isso mesmo. A ilha caribenha descobriu o problema e fez a lição de casa ainda em 1987. A produção cubana de café e outros itens ocorre majoritariamente em montanhas. Graças ao programa, também foram criadas quatro universidades formando profissionais que estão ajudando o país a melhor usar e conservar esses ambientes.
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