Salada Verde

Acusado no caso Dorothy é condenado

Cinco anos depois do assassinato da missionária no Pará, fazendeiro é condenado a 30 anos de prisão.

Salada Verde ·
1 de maio de 2010 · 15 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente

Na madrugada deste sábado, cinco anos depois do assassinato da missionária Dorothy Stang em Anapu (PA), o fazendeiro Regivaldo Galvão, mais conhecido como “Taradão”, foi condenado por maioria de votos a 30 anos de prisão por ter encomendado o assassinato da freira americana junto a Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, igualmente condenado a 30 anos de prisão no início deste mês. Taradão cumprirá pena em regime fechado sem direito de apelar em liberdade da condenação.

O advogado do réu, Jânio Siqueira, afirmou que pretende recorrer contra a condenação. Dinailson Benassuly, um dos coordenadores do Comitê Dorothy Stang, afirmou que caso o fazendeiro não tivesse sido condenado, o comitê não “daria sossego, pois um crime como este não pode ficar impune. A gente trabalhou duro para chegar nesse sujeito”.

Durante o julgamento, muitas pessoas ocuparam as praças ao redor da prefeitura de Belém, perto do Tribunal do Júri. Da parte de Dorothy, viam-se pelo menos uma centena vinda de diferentes partes do Pará e do Maranhão. Do outro lado, encontrava-se o Comitê Regivaldo é Inocente, formado por pouco mais do que 30 pessoas. “Tudo o que ele fez por Altamira demonstra que ele nunca se envolveu na morte dessa…da Dorothy”, afirmou o motorista Joilton Alves Ferreira, que não soube explicar muito bem o que Taradão fez por Altamira.

O procurador Felício Pontes Júnior, conhecido apoiador do Comitê Dorothy Stang, manteve-se o tempo todo confiante quanto à condenação. “As provas apresentadas foram muito fortes, tanto as que vieram do Ministério Público quanto as que apuramos. Os processos de grilagem de terra mostram o vínculo de Regivaldo com o Lote 55. Ele negava esta ligação, o que não corresponde à verdade. Os jurados entenderam bem o que foi exposto.”

Galvão foi levado para um presídio na região metropolitana de Belém, onde cumprirá a pena. Outros quatro acusados de participação no caso, Rayfran das Neves Sales, Clodoaldo Carlos Batista, Amair Feijoli da Cunha e Vitalmiro Bastos de Moura, foram julgados e condenados a penas que variam de 17 a 30 anos de reclusão. De acordo com Felício Pontes, as condenações no caso da missionária são fatos a serem comemorados porque vão na contramão da velha e conhecida impunidade amazônica. (Karina Miotto)

Leia também

Salada Verde
10 de junho de 2025

Evento ambiental reúne diferentes vozes na Lapa

Encontro no Rio de Janeiro promove discussão sobre desigualdade climática, justiça social e o impacto do estresse térmico em populações invisibilizadas, como os trabalhadores

Reportagens
9 de junho de 2025

Depois de mais de 200 anos, araras ganham uma nova chance no Rio de Janeiro

Quatro araras-canindés chegaram no Parque Nacional da Tijuca, onde permanecerão em recinto de aclimatação até que estejam aptas à soltura. Iniciativa é liderada pelo Refauna

Salada Verde
9 de junho de 2025

Na ONU, Lula pede por mais proteção aos oceanos para combater mudanças climáticas

Sem mencionar Trump, Lula criticou a ameaça do unilateralismo sobre os oceanos. 3ª Conferência da ONU sobre Oceanos começou nesta segunda-feira

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.