A revista The Economist, considerada uma das publicações mais influentes de todo mundo, lançou um debate interessante em seu site na internet. Representação do espírito liberal, no melhor estilo Adam Smith, os árduos defensores da economia de mercado parecem terem se tornado também ferrenhos defensores da preservação da natureza. O argumento posto em uma tradução literal é o seguinte “Esta publicação acredita que a natureza intocada tem valor além dos recursos e outros serviços que se possam extrair dela”.
Até o momento, a maioria (91%) dos leitores que participam do debate concordam com a afirmação. Os 9% que não concordam foram representados pelo pesquisador americano Lee Lane, do Hudson Institute, que afirma que tal pensamento, como colocado pela Economist, choca-se com a necessidade de países pobres ou em desenvolvimento de utilizar suas florestas como fonte de renda.
Nesta terça, participa também do debate o fundador e atual CEO da Conservation International, Peter Seligmann, que tenta deixar o debate menos polarizado e conta como a conservação da natureza, desde a fundação da ONG há 25 anos, mudou. Segundo ele, mesmo com todos os esforços feitos para proteger os ecossistemas, a qualidade ambiental no planeta só deteriorou. “O movimento ambiental falou em mostrar que os humanos necessitam da natureza além do prazer”, ele escreve.
Aqui vale recorrer a um dos artigos mais lidos em ((o))eco, escrito por Suzana Pádua – “Afinal, qual a diferença entre preservação e conservação”, onde ela, assim como Seligmann, discute as mudanças recentes do movimento ambiental. Quem vê a Economist embarcando neste debate, logo se pergunta: será que os arautos do liberalismo se tornaram preservacionistas?
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