Especializada em combater o trabalho escravo, a organização não-governamental Repórter Brasil inovou ao lançar no último dia 4 de junho uma cartilha para jornalistas sobre o que será discutido e implementado na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.
A publicação “O Lado B da Economia Verde – Roteiro para uma cobertura jornalística crítica da Rio+20” tenta guiar jornalistas através do cipoal de temas da conferência. Uma salada de siglas precisa ser compreendida, tais como MDL (Mecanismos de Desenvolvimento Limpo); REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação, Conservação, Manejo Florestal Sustentável) e PSA (Pagamento por Serviços Ambientais).
Mas a cartilha, de 24 páginas, não é apenas um glossário. Discute mercado de carbono, sistema financeiro e proteção do meio ambiente, enfatizando a ótica que repudia a chamada mercantilização da natureza. Também defende a Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20 e espaço de debates da sociedade civil.
“A premissa de que a proteção do meio ambiente só ocorrerá se for lucrativa, ou que só podemos preservar pagando por isso, enfraquece o Estado de Direito e o cumprimento da lei (…). Acima de tudo, nega o fato de que as crises climáticas e ambientais são decorrência direta de um modelo de desenvolvimento intrinsecamente predador e depredador”, diz a introdução da cartilha.
Produzida pelo Repórter Brasil em parceria da Fundação Heinrich Boell, a publicação está disponível em PDF. Apesar de voltado para jornalistas, o texto é acessível e interessante para todos os que desejam se aprofundar no assunto.
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