Salada Verde

Sociedade civil protesta sobre “A Rio+20 que não queremos”

Personalidades e líderes de representantes de ONGs se unem contra o documento pouco ambicioso adotado pelos chefes de Estado na Rio+20.

Flávia Moraes ·
21 de junho de 2012 · 14 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
Severn Suzuk na Rio 92. Foto: ONU/Divulgação.

Nem a luta da menina Severn Suzuki, 20 anos depois, fez as negociações avançarem significativamente na Rio+20. A menina, que ficou famosa pelo seu discurso na Eco 92, representando as crianças em defesa do meio ambiente, voltou ao Rio duas décadas depois para seguir na busca por um futuro melhor.

Suzuki esteve reunida, na tarde desta quinta-feira, com líderes e personalidades ligados a organizações não governamentais e sociedade civil para protestar contra o documento fechado na terça-feira na Rio+20.

Pouco compromisso, ações insuficientes e dificuldades de estabalecer objetivos e resultados concretos motivou o grupo a criticar “O futuro que queremos”, texto que está em fase de análise pelos chefes de Estado e deve ser finalizado exatamente como está amanhã, quando se encerram as reuniões da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.

Na tarde de hoje, no entanto, foi protocolado o texto “A Rio+20 que não queremos”, demonstrando a insatisfação com a lentidão e a burocracia das negociações. Cerca de 50 personalidades estiveram reunidas, entre elas Severn Suzuki, para criticar a falta de ambição nas discussões e a insuficiência das ações propostas para salvar o Planeta até o momento.

“Por todo o lado vejo jovens desesperados, perguntando o que podemos fazer, como podemos salvar o planeta. Precisamos dizer ao mundo que o nosso sistema de governança e representantes falharam em assinar um documento vazio como esse. Não sou mais tão jovem quanto era em 92, mas agora sou mãee pretendo trabalhar o resto da minha vida para buscar que as próximas gerações tenham, de fato, o futuro que queremos”, desabafa Suzuki.

A diretora do IIED – Instituto Internacional para o Desenvolvimento e Meio Ambiente, Camilla Toulmin, também esteve presente na reunião e criticou os últimos acordos. “Todos os desafios que devemos enfrentar sobre o futuro das cidades, do uso da água, economia de energia e a racionalidade de exploração dos recursos naturais foram adiados para serem discutidos em um outro momento”, finaliza.

O documento “O futuro que não queremos” é uma resposta da sociedade civil, portanto, quem estiver interessado pode assinar a petição online.

  • Flávia Moraes

    Jornalista, geógrafa e pesquisadora especializada em climatologia.

Leia também

Notícias
19 de dezembro de 2025

STF derruba Marco Temporal, mas abre nova disputa sobre o futuro das Terras Indígenas

Análise mostra que, apesar da maioria contra a tese, votos introduzem condicionantes que preocupam povos indígenas e especialistas

Análises
19 de dezembro de 2025

Setor madeireiro do Amazonas cresce à sombra do desmatamento ilegal 

Falhas na fiscalização, ausência de governança e brechas abrem caminho para que madeira de desmate entre na cadeia de produção

Reportagens
19 de dezembro de 2025

Um novo sapinho aquece debates para criação de parque nacional

Nomeado com referência ao presidente Lula, o anfíbio é a 45ª espécie de um gênero exclusivo da Mata Atlântica brasileira

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.