Salada Verde

MPF entra com ação civil contra usina São Luiz do Tapajós

Povos indígenas e ribeirinhos não foram consultados e não há Avaliação Ambiental Integrada, como determina a legislação ambiental em vigor.  

Redação ((o))eco ·
27 de setembro de 2012 · 12 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
Área onde será construída a UHE de São Luiz do Tapajós. Imagem: MME
Área onde será construída a UHE de São Luiz do Tapajós. Imagem: MME
 

O Ministério Público Federal entrou com Ação Cívil Pública na terça-feira (25) pendindo à Justiça Federal de Santarém-PA que suspenda o licenciamento da usina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, no Pará. De acordo com o MPF/PA, o processo de licenciamento da usina é irregular, pois foi iniciado sem a consulta prévia aos povos indígenas e ribeirinhos afetados.

Entre as justificativas apontadas estão a falta de estudos necessários para a autorização de empreendimentos desse porte, como a Avaliação Ambiental Integrada (AAI) e Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), já que a usina de São Luiz do Tapajós é a primeira de outras 4 prevista para a bacia de Tapajós. “A ausência de estudos detalhados sobre os impactos que todas as hidrelétricas podem gerar a partir de seu funcionamento conjunto implica a incerteza quanto às consequências ambientais e sociais da implantação de tais empreendimentos, ainda mais se for considerado que tais consequências poderão ser irreversíveis”, sustenta o MPF na ação.

Em relação aos povos indígenas, a Convenção 169 determina que a consulta prévia tem que ser feitos antes de toda e qualquer decisão que possa interferir na vida dos povos afetados. a ausência de consula já foi motivo de Ação Civil em outros empreendimentos hidrelétricos, como em Teles Pires e Belo Monte. “Os povos indígenas e as populações tradicionais que habitam essas áreas estão ameaçados pela implantação das usinas do Complexo Tapajós. O estado brasileiro aprovou esses empreendimentos e deu início ao licenciamento, sem consultar as populações sobre os impactos em suas vidas”, narra a a ação, assinada pelos procuradores da República Fernando Alves de Oliveira Jr, Felipe Bogado e Luiz Antônio Amorim Silva.

Segundo o MPF, lideranças do povo Munduruku, principal atingido pelas usinas do Tapajós, denunciaram que o simples anúncio dos projetos hidrelétricos já está provocando a invasão de garimpeiros ilegais, madeireiros e grileiros em terras indígenas. Um relatório feito pelo ICMBio da qual ((o)) eco teve acesso também alerta para o aumento de garimpos na região.

A ação pede para que o processo de licenciamento seja suspenso até o cumprimento da realização da Avaliação Ambiental Integrada (AAI) e Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) e da consulta aos povos indígenas afetados. Leia aqui o documento na íntegra.*Com informações da assessoria de imprensa do Ministério Público Federal


Leia também

Colunas
17 de abril de 2024

Declaração de Barcelona define novos rumos para a Década do Oceano

O encerramento do evento oficializou a primeira conferência da Década do Oceano de Cidades Costeiras que ocorrerá em 2025 na cidade de Qingdao, na China.

Salada Verde
17 de abril de 2024

Marina Silva é uma das 100 pessoas mais influentes de 2024, segundo a Time

Selecionada na categoria “líderes”, perfil de Marina destaca a missão da ministra em prol do combate ao desmatamento ilegal na Amazônia. Ela é a única brasileira citada na lista de 2024

Reportagens
17 de abril de 2024

Em audiência pública na ALMG, representantes da UFMG alertam para impactos da Stock Car

Reunião contou com reitora e diretores da universidade, mas prefeitura e organizadores da corrida faltaram; deputada promete enviar informações a patrocinadores da Stock Car

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.