
Nesta segunda feira, 08/9, Yolanda Kakabadse, presidente do Conselho Mundial da WWF (Word Wildlife Fund), vem ao Rio de Janeiro para a palestra “Amazônia no Rio”, que será realizada na PUC-Rio. O evento aproveitará a proximidade com o Dia da Amazônia, comemorado nesta sexta, 5 de setembro, para enfatizar a importância da preservação do bioma na manutenção do ciclo de águas em outras regiões do Brasil, além de países vizinhos.
A ênfase em Amazônia é também uma preparação ao debate que ocorrerá em dezembro na 20ª Conferência Sobre Clima das Nações Unidas (UNFCCC/COP 20), sediada em Lima, Peru. Será a primeira vez, que esse encontro ocorre em um dos países da Pan-Amazônia e há grande expectativa e preparativos para fazer do bioma e seu papel de regulador do clima um tema central desta da conferência. Espera-se que um dos resultados da chamada COP20 seja fortalecer os mecanismos de preservação da Amazônia.
Yolanda Kakabadse é equatoriana e já foi ministra do Meio Ambiente de seu país. Ela traz para a discussão a “Agenda de Seguridade Climática para a Amazônia”, documento produzido em 2013 com o objetivo de estimular um plano de ação sustentável na região que garanta a segurança hídrica, energética, alimentar e de saúde.
Uma das funções da grande floresta é fazer o papel de bomba d’água. A cobertura vegetal da Amazônia recebe dentro do continente a umidade que é evaporada no Oceano Atlântico e que se transforma em chuva quando chega à floresta. A mata a devolve para a atmosfera em forma de vapor d’água, a uma razão de até mil litros de água/dia por árvore. Esses cursos invisíveis de umidade atmosférica são chamados de rios voadores, e, graças à barreira natural da Cordilheira dos Andes, são guiados para o sul e ajudam a formar o regime de chuvas nas regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, além de países vizinhos.
Uma das passagens da Agenda de Seguridade Climática para a Amazônia diz: “Em outras partes do mundo, os impactos da degradação ambiental já estão comprometendo a seguridade humana e econômica em grande escala. Como um continente, a América do Sul tem sido o menos afetado por essa dinâmica – mas em grande parte devido a sua dependência de uma Amazônia saudável”
O evento é uma realização da WWF em parceria com a PUC-Rio e seu Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA). Ele ocorrerá às 10h, no Auditório Del Castilho, no RDC da PUC-Rio, e é aberto ao público, sem necessidade de inscrição. A palestra será feita em espanhol.
Leia também
Parques Nacionais e o Dia da Amazônia
Os riscos climáticos e econômicos da destruição das florestas amazônicas
((o))eco fecha Semana do Meio Ambiente da PUC-Rio
Leia também

Cerrado: ação no Supremo quer barrar lavagem de terras griladas no Tocantins
Lei estadual é questionada por entidades civis porque permitiria o registro ilegal de terras e fomentaria a violência no meio rural →

15 anos de pesquisa em Jornalismo Ambiental
Grupo de Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) destaca desafios e avanços da área →

“O Vale do Javari continua esquecido”, critica Beto Marubo sobre falta de políticas para a região
Em conversa com ((o))eco, liderança do Vale do Javari, localizado no oeste do estado do Amazonas, critica governo Lula e aponta descaso com povos indígenas →