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Lançada petição para frear matança de animais em estrada

Mais de 20 mil animais são atropelados, todo ano, na estrada que corta a Reserva Biológica de Sooretama. Dessa vez, uma onça parda foi morta.

Redação ((o))eco ·
11 de março de 2015 · 10 anos atrás
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Onça foi atropelada ao tentar atravessar a pista. Foto: Instituto Últimos Refúgios/Facebook.
Onça foi atropelada ao tentar atravessar a pista. Foto: Instituto Últimos Refúgios/Facebook.

Na manhã deste sábado (07) uma onça parda (Puma concolor) foi morta ao tentar atravessa a BR 101, no trecho em que a estrada corta a Reserva Biológica de Sooretama, situada no norte do Espírito Santo. Um vídeo foi feito e uma petição online iniciada para que imagens como esta que ilustra a matéria não volte a se repetir.

Segundo os pesquisadores do Instituto Últimos Refúgios, que lidera a campanha em prol de reajustes na estrada, cerca de 20 mil animais são mortos todos os anos nesse trecho de 25 km da estrada que corta duas áreas protegidas, a Reserva Biológica de Sooretama e a Reserva Natural Vale, além de ser próxima das Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) Mutum Preto e Recanto das Antas.

A petição online no Avaaz será entregue ao Ministério Público. O pedido é para que mudanças sejam feitas na estrada, como:

  • Reduzir a velocidade da via para 60 km/h em todo o trecho de 25km;
  • Instalar radares de trecho inteligentes que registram e monitoram a velocidade dos veículos;
  • Desobstruir os túneis de drenagem de água sob a pista que podem servir como passagem de fauna;
  • Fazer o cercamento da via de forma direcional para os túneis;
  • Retirar as árvores frutíferas exóticas das margens da estrada (mangueiras e jaqueiras, por exemplo);
  • Colocar placas temáticas de advertência e educativas no trecho;
  • Instalar passagens de estrato arbóreo (passagens aéreas) para travessia de animais arborícolas (macacos e bicho-preguiça, por exemplo);
  • Retirar o lixo das florestas e corpos d’água no entorno na rodovia;
  • Promover ações de sensibilização dos usuários da rodovia;
  • Disciplinar o uso da via pela comunidade e empreendedores locais.

Em novembro, os pesquisadores Aureo Banhos, Andressa Gatti, Marcelo Renan de Deus Santos e Leonardo Merçon, o último presidente do Instituto Últimos Refúgios, publicaram uma coluna aqui em ((o))eco denunciando a matança na estrada, que passa por estudo de impacto ambiental para permitir a expansão e duplicação da pista.

De lá pra cá, nada mudou.

 

 

Saiba Mais
Petição Online – em Prol de medidas emergenciais contra atropelamentos de animais silvestres na Reserva Biológica de Sooretama e Reserva Natural Vale.
Vídeo uma estrada no camino da onça

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