Salada Verde
Fina flor da especulação
A edição de fevereiro da revista Retrato do Brasil traz interessante reportagem sobre como grandes grupos econômicos se apoderaram da construção de pequenas centrais hidrelétricas, espalhando essas barragens em todos os cantos do país, dentro ou fora de terras indígenas, inclusive. "O concessionário passa a ter o contrato e o recurso da PCH. Ele vende a produção prevista da usina, com autorização da Aneel, licença ambiental, financiamento do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social], tudo garantido por lei, e com o negócio consolidado, que tem um fluxo de caixa de longo prazo assegurado. Vende o fluxo de caixa líquido. Vende, por exemplo, para um fundo de pensão, que, com 12% ao ano de retorno, fica feliz. Mas, como o negócio rende 30%, ele embolsa a diferença e passa o projeto para alguém construir. Em resumo: o especulador não constrói um metro de usina, não produz um único kW e assim mesmo se apropria de parte do lucro. Esse setor das PCHs, da energia eólica, no âmbito do Proinfa, com base na legislação da Aneel, virou a fina flor da especulação financeira”, diz a reportagem. Confira aqui.Saiba mais:Maior central hidrelétricaRemando contra a corrente no PantanalAssalto à central hidrelétrica