A aparição recente da simpática espécie em vídeo e reportagens colheu milhares de “likes” em Redes Sociais, enquanto os ambientes onde vive encolhem pelo avanço da urbanização, de obras de infraestrutura e do agronegócio, do Pampa à Amazônia.
Parente da capivara e do porquinho-da-índia, o tuco-tuco é igualmente um roedor e parte da grande família Ctenomyidae, com 65 espécies exclusivas da América do Sul. Oito delas vivem no Brasil, em Rondônia, Mato Grosso, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Com cinco espécies, o último estado é o mais rico em tuco-tucos, também chamados de curus-curus ou ratos-de-pentes. O nome mais comum deriva do termo indígena tuku’tuku, apontando ao som que o macho da espécie faz quando se sente ameaçado.
A espécie que arrancou aplausos em filmagem do fotógrafo Jeff Botega (GZH Digital) foi a Ctenomys flamarioni, que só vive em dunas do litoral gaúcho e foi listada como em risco de extinção por entidades estaduais, nacionais e internacionais. As demais espécies sulistas vivem também no Pampa.
Vinculado à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Projeto Tuco-tuco detalha que os números nacionais do roedor encolhem por fatores como pisoteio, despejo de lixo e destruição de dunas para urbanização, ataques e presença de animais domésticos, obras de infraestrutura e conversão de pastos naturais em lavouras.
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