Salada Verde

Cachorro-do-mato é filmado em plena luz do dia no Parque Nacional da Tijuca

Vídeo foi feito por funcionário na tarde de domingo no parque carioca, no setor Parque Lage. Animal dificilmente é visto durante o dia

Duda Menegassi ·
23 de julho de 2024
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente

O cachorro-do-mato é o único canídeo nativo no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro. E ao contrário dos vários cães domésticos que “invadem” de forma indevida a unidade de conservação, não é fácil vê-lo no parque carioca. Muito menos em plena luz do dia, já que a espécie possui hábitos noturnos. Foi portanto com muita surpresa – e talvez uma pitada de sorte – que um funcionário do parque fez o flagra inesperado durante a tarde do último domingo (21) de um cachorro-do-mato solitário que andava em meio à vegetação arbustiva.

O encontro ocorreu no Parque Lage, um dos setores do Parque Nacional da Tijuca, situado no bairro do Jardim Botânico, zona sul da cidade. O registro foi feito pelo funcionário Plínio Júnior, que conta que, por volta das 15 horas, percebeu a presença do animal. Silenciosamente, preparou a câmera do celular, manteve a distância e aguardou. Em instantes, foi brindado com um desfile do cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) numa área mais aberta, que durou cerca de 30 segundos. 

“O que me surpreendeu foi a aparição dele nesse horário, de dia. Eles têm hábitos predominantemente noturnos. Até por causa dessa visita em horário “incomum”, nós tomamos o cuidado de garantir que ele não se aproximasse da saída do Parque Lage, que fica muito próxima da rua Jardim Botânico”, explicou Plínio.

O Parque Nacional da Tijuca está localizado no coração da metrópole carioca e, por isso, atropelamentos da fauna são uma ameaça real que circunda as espécies da área protegida.

Além disso, a gestora do parque, Viviane Lasmar, reforça a importância de uma conduta responsável dos visitantes. “É fundamental que as pessoas, visitantes ou não, pratiquem o descarte correto do lixo e não ofereçam comida para os animais silvestres, como este cachorro-do-mato ou os macacos-prego, por exemplo. Não devemos criar o hábito de alimentar esses bichos, pois coloca a segurança deles em risco, desde a possibilidade de transmissão de doenças para eles até os atropelamentos, já que eles passam a sair da mata em busca de comida humana”, explica.

O Parque Lage é um destino muito procurado para realização de piqueniques e até eventos de aniversário ao ar livre, sendo também um ponto turístico famoso na cidade e de onde começa a trilha que leva até o Cristo Redentor.

  • Duda Menegassi

    Jornalista ambiental especializada em unidades de conservação, montanhismo e divulgação científica.

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