O presidente do ICMBio, coronel PM Homero de Giorge Cerqueira, nomeou nesta quarta-feira (11) o coronel do Corpo de Bombeiros, André Soares de Mello, para assumir a chefia do Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, a unidade de conservação mais visitada do país.
Mello foi para a reserva em novembro de 2018. A nomeação saiu na edição desta quarta do Diário Oficial da União.
A substituição de um funcionário de carreira por um militar já estava prevista há pelo menos um mês.Desde meados do ano passado o governo tem substituído cargos de chefias no ICMBio de servidores para militares das forças auxiliares que já estão na reserva.
No Parque Nacional da Tijuca, o boato de que um militar assumiria a chefia ronda há pelo menos um mês entre os servidores.
É só o começo
No começo de fevereiro, também em uma quarta-feira (12/02), o presidente Jair Bolsonaro mudou a estrutura regimental e o quadro de cargos de chefia do ICMBio. Além de enxugar as coordenações regionais de 11 para 5, modificou de 104 para 46 os cargos de chefias que só podem ser ocupados por servidores públicos. Em contrapartida, 130 vagas, a maioria de chefias em Unidades de Conservação, poderão ser ocupadas por qualquer pessoa que o governo nomear.
André Soares de Mello não é o primeiro, nem será o último.
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Sabe o que une essa patota militar antes de eles se lançarem na aventura pública do ICMBio e do Ibama? Os "cursos" do Instituto do Homem Pantaneiro (IHP) e da Rede Amolar em parceria com a Fundação Grupo Boticário. É impressionante: basta olhar o currículo de cada um, que está lá alguma passagem pelo Pantanal. Retirar do controle civil as funções de polícia e de gestão de espaços protegidos: eis a filosofia por trás. Mesmo que para passar vergonha, há agora um governo que impõe e cria a oportunidade para isso. Fica a dica para investigação.
Ahh sim… Os civis estão acima de qualquer suspeita e são todos ótimos servidores!
"Aparelhamento ideológico" é exatamente isso, Ronaldinho: entupir os órgãos com um monte de gente desentendida da matéria simplesmente para ocupar politicamente os espaços que poderiam ser preenchido com especialistas. E militares não são especialistas na matéria que este grupo agora tenta abocanhar, por mais que você possa acreditar que milico sabe tudo. Para isso, o Estado já tem gente contratada, e deveria contratar mais. Ou é justo acreditar que o contrário possa ser verdadeiro: um monte de analista ambiental para fazer policiamento da rua e segurança de fronteiras? Ouça o que você está falando, Ronaldinho, e veja se faz sentido.