Agentes do Ibama descobriram que 165,9 mil metros de carvão vegetal sem origem legal foram vendidos para siderúrgicas do Maranhão nos últimos três anos. Catorze empresas foram inspecionadas por movimentações comerciais suspeitas e a fiscalização resultou na aplicação de 34 autos de infração, que totalizam R$ 55,4 milhões.
A investigação aconteceu após análise de dados gerados pelo Sistema do Documento de Origem Florestal (DOF). O DOF é a licença obrigatória para que haja o transporte e o armazenamento de produtos florestais de origem nativa, inclusive o carvão vegetal nativo, contendo as informações sobre a procedência desses produtos.
Os infratores atuavam da seguinte forma: as empresas obtinham créditos virtuais através de declarações falsas no sistema de controle, disfarçando assim a venda de carvão ilegal. As empresas também simulavam a compra de lenha em fazendas com autorização para desmatamento. Mas, segundo o técnico ambiental do Ibama no Maranhão, Eder Carvalho, que coordenou a operação, alguns dados ajudaram a desvendar a fraude.
“Informações apresentadas, como distância de transporte e tempo de execução, ajudaram a identificar as fraudes, uma vez que seriam inviáveis economicamente. Em vários casos estava expresso nos documentos que a transação se resumia à transferência de créditos de produtos florestais”, afirma Eder Carvalho.
Analistas ambientais do Ibama estimam que 7.100 hectares do Cerrado maranhense tenham sido desmatados para abastecer a movimentação ilegal identificada.
Toda a lenha sem origem legal foi apreendida. As áreas desmatadas de forma irregular, inclusive reservas legais, foram embargadas.
*Com informações da Assessoria de Comunicação do Ibama.
Leia também
Desmatamento na Amazônia sobe 41% em novembro, mostra Imazon
Este é o sexto mês consecutivo de alta na destruição do bioma, segundo SAD/Imazon. Degradação florestal tem alta de 84% em relação a novembro de 2023 →
A um mês da posse de Trump, EUA lançam sua meta de corte de emissões
Proposta de Biden é reduzir entre 61% e 66% das emissões até 2035. Governadores dos principais estados dos EUA falam que meta será “estrela guia” →
Restauração muda paisagem em Guaraqueçaba, no litoral do Paraná
Iniciado há 24 anos, plantio de 300 hectares de Mata Atlântica pela SPVS uniu ciência e alta tecnologia, em um casamento que deu certo →
Excelente trabalho de controle e fiscalização. Espero que o novo ministro do meio ambiente veja essa matéria e constate que suas declarações a respeito de uma suposta ineficiência da Fiscalização Federal em nosdo País, não passa de uma falácia.
Certamente boa parte disso aí vem das Terras Indígenas no MA, incluindo Araribóia. Há diversas estradas e ramais ilegais dentro da TI.
Apesar do mérito, apenas enxugando gelo …
Bom trabalho. Gente que entra na contramão da lei, tem que ser punido, sem churumelas.