Aparelho de ar-condicionado ligado em instalação elétrica sem aterramento causou o incêndio que destruiu o palácio e parte do acervo do mais antigo museu de história natural da América do Sul, fundado por Dom João VI em 1818. É o que concluiu o inquérito da Polícia Federal, divulgado nesta quinta-feira (04), em coletiva de imprensa.
O Museu Nacional, localizado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, foi destruído em setembro de 2018, ano em que comemorava seu bicentenário.
Segundo os peritos da Polícia Federal, o incêndio começou no auditório localizado no térreo, perto do ar condicionado e do sistema de som. Nove peritos participaram da investigação. Segundo os especialistas, o incêndio provavelmente foi causado por uma sobrecarga de energia no ar-condicionado superior ao que o cabo poderia aguentar.
“Uma falha no equipamento evoluiu para fogo e acabou espalhando para dentro do auditório. Era o único equipamento que permanecia sempre energizado, o que não significava que estava ligando. Ele estava em stand by”, afirma Carlos Alberto Trindade, perito que participou da elaboração do laudo.
Três aparelhos de ar-condicionado estavam ligados no mesmo disjuntor. Segundo a Polícia Federal, a gambiarra mais a ausência de um sistema anti-incêndios, com uma brigada própria, causaram a tragédia.
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Infelizmente muitas pessoas ainda desconhecem a importância do sistema de aterramento elétrico.