“Olá, eu sou um personagem, o último mico leão dourado do mundo e fiquei sabendo que estão matando os macaquinhos meus primos, meus parentes, por acharem que os macacos transmitem a febre amarela. Isso não é verdade, quem transmite a febre amarela é o mosquito infectado pelo vírus”. Essa fala faz parte de um vídeo de apenas 35 segundos, onde o ator Marcelo Médici, da peça “Cada um Com Seus Pobrema“, incorpora o seu personagem, o Mico-Leão-Dourado gay, para uma campanha de conscientização contra o assassinato de macacos por causa da febre amarela.
Mas não para por aí, existem mais dois vídeos com os atores, Marlei Cevada e Rodrigo Capella, que também abraçaram a campanha encabeçada pelo Instituto 100% animais, que promove ações para o bem-estar e a conservação de animais.
Quando Marcelo Médici, no vídeo, adverte: “Gente, matar macacos, animais silvestres, isso é crime ambiental e outra coisa, só vai piorar a situação. Se os macacos forem exterminados, as próximas vítimas serão vocês!”, ele não está jogando conversa fora. Pois quando um macaco aparece doente, ele é um alerta para que os órgãos da saúde tomem as medidas preventivas necessárias. Os macacos são, na verdade, os nossos sentinelas.
A Associação Mata Ciliar (AMC), instituição que recebe animais silvestres para reabilitação, localizada em Jundiaí, interior de São Paulo, e parceira do Instituto 100% Animais, afirma que desde o início deste ano tem recebido primatas feridos, vítimas de agressão causada pela desinformação sobre a febre amarela.
A Mata Ciliar faz a sua parte no sentido de proteger os macacos. Por conta da febre amarela, os bugios (Alouatta guariba) e sauás (Callicebus personatus) que residem na AMC estão em um ambiente isolado protegidos por telas antimosquitos, que impedem a entrada de qualquer vetor da doença. Segundo a instituição, a medida parece ser radical, mas reflete a terrível situação que esses primatas estão passando.
Assista aos vídeos da campanha:
Marcelo Médici:
Marlei Cevada:
Rodrigo Capella:
Leia Também
Nenhum macaco bugio do Horto Florestal sobreviveu à febre amarela
Leia também
Como proteger os macacos contra a febre amarela
A conservação de primatas está (ou sempre esteve) ameaçada pela febre amarela. Por que a vacinação de primatas é controversa? Como a ciência pode agir? →
Rio lança campanha contra a matança de macacos
Objetivo é evitar que mais animais sejam assassinados e conscientizar a população de que os macacos são aliados na detecção da febre amarela →
Nenhum macaco bugio do Horto Florestal sobreviveu à febre amarela
Os 86 macacos pertencentes a 17 famílias de bugios foram exterminados desde a aparição do vírus, em São Paulo, em outubro do ano passado. Parque foi reaberto na terça (10) →