Lançado esta semana por representantes de 19 institutos de ensino e universidades, o Instituto Nacional do Cerrado (INC) entra em campo para integrar e promover pesquisas focadas na conservação e no desenvolvimento socioeconômico sustentável do segundo maior bioma do país.
O time terá desafios grandes pela frente, como enfrentar a crise climática, a degradação ambiental e definir meios para conciliar atividades humanas com preservação. A entidade trabalhará também para fortalecer áreas como bioeconomia, restauração ecológica e soluções baseadas na natureza.
“No Cerrado estão postos de maneira mais direta os grandes conflitos e dilemas do modelo brasileiro de desenvolvimento e, portanto, é nele que o país definirá seus caminhos para uma transição ecológica rumo a padrões mais sustentáveis”, disse a diretora-executiva do INC, a professora Mercedes Bustamante (UnB).
Conforme nota do Instituto, o Cerrado é o bioma mais ameaçado do país, com mais da metade da vegetação original já removida. Ainda mais grave, uma análise da Trase e da ong Instituto Centro de Vida (ICV) apontou que, de 2009 ao ano passado, 78% do desmate foi ilegal.
Apesar disso, ainda é considerado um dos centros globais de biodiversidade, tanto por sua riqueza de espécies quanto pelo grau de ameaça. O Cerrado abriga cerca de ⅓ da diversidade biológica brasileira e é berço de grandes bacias hidrográficas, sustentando rios e serviços ecológicos essenciais.
Baseado provisoriamente na UnB, o Instituto buscará vinculação ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, pois o Cerrado e o Pampa são os únicos biomas ainda sem unidades de pesquisa com essa ligação, afirmou o INC.
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