Uma imagem chocante. Uma mãe tamanduá-bandeira com seu filhote ao lado, com parte dos órgãos expostos. Ambos mortos, com o corpo no asfalto quente da movimentada rodovia BR-262, no Mato Grosso do Sul. Um retrato cruel sobre o atropelamento de fauna em um dos estados conhecidos como um dos melhores destinos para ver animais selvagens. A cena foi registrada nesta quinta-feira (01º) pela equipe do projeto Bandeiras & Rodovias, que realiza o monitoramento sistemático de 1.300km de estradas no estado a cada 15 dias. E enquanto a fotografia por si só, já choca, os números são ainda mais alarmantes.
De acordo com o biólogo Arnaud Desbiez, que comanda a iniciativa, apenas nos últimos três anos, o projeto de monitoramento registrou 608 tamanduás-bandeiras mortos nas rodovias, uma média de mais de 200 atropelados anualmente. O número, entretanto, seria ainda maior, se consideradas as carcaças que somem antes da equipe passar (estimada em 25%) e os animais que morrem afastados da estrada. “Nós colocamos colares em 59 tamanduás e seis foram atropelados. Destes, três morreram na rodovia, de forma que a gente conseguiria ver, e três morreram até uns 100 metros depois da rodovia, e esses animais não são vistos. Então 50% dos animais não teriam sido vistos no nosso monitoramento. Ou seja, de 608, você adiciona 25% [carcaças que somem] e depois você multiplica por dois. E esse é o número real da tragédia que está ocorrendo nas nossas rodovias. Esse é o exemplo dos tamanduás-bandeira, mas deve acontecer com outros animais também”, explica Arnaud.
Leia também
Leia também
Iniciativa liderada por mulheres busca reduzir atropelamento de fauna em Bonito
Líderes de quatro instituições ambientais, elas se uniram para implementar um plano de mitigação do atropelamento de fauna em Bonito, no Mato Grosso do Sul, onde animais como antas, veados e tamanduás são vítimas comuns →
Livro revela como a grilagem e a ditadura militar tentaram se apoderar da Amazônia
Jornalista Claudio Angelo traz bastidores do Ministério do Meio Ambiente para atestar como a política influencia no cotidiano das florestas →
MPF afirma que Pará faz propaganda “irresponsável” de ações contra queimadas
Procuradoria da República no estado apontou “discrepância entre o discurso e a prática”; procuradores pediram informações a autoridades estaduais e federais →
E a matança continua.
E a bagaçada política também.
Que imagem chocante!
Uma lástima!
Que tristeza! Cena chocante e, infelizmente, muito frequente nas rodovias do MS. Temos que nos mobilizar cobrando ações mais efetivas para mitigação dessas colisões com fauna. Precisamos de rodovias mais seguras para os bichos e também para os usuários.
Na realidade os responsáveis por essa rodovia é o dnit. A Agesul é responsável por outras rodovias do MS que também precisam de medidas de mitigação.
As medidas corretas de mitigação para redução do atropelamento de fauna devem ser implantadas urgentemente. Os dados estão documentados, agora a Agesul tem que implementar o que deveria ter sido feito quando a estrada foi asfaltada. A nossa fauna foi esquecida e está sendo reduzida drasticamente. Cenas como essa não devem ocorrer.