A construção de um autódromo na Floresta do Camboatá tem sido não apenas uma disputa de interesses, mas também de narrativas – sejam elas verdadeiras ou não. Na linha de frente da defesa da floresta, o movimento SOS Floresta do Camboatá, elaborou uma cartilha batizada de “Pequenas fantasias e grandes mentiras sobre o autódromo no Rio de Janeiro”. O texto desmente uma série de informações que vêm sendo divulgadas pela concessionária por trás do empreendimento, a Rio Motorsports, que tenta justificar não apenas a necessidade do autódromo, mas também seu “baixo” impacto ambiental – mesmo com o plano de construí-lo em cima de um dos últimos fragmentos de Mata Atlântica de terras baixas da cidade do Rio de Janeiro.
Uma das mentiras detectadas pelo movimento é a afirmação da Rio Motorsports de que não existe floresta nenhuma naquele lugar, apenas um mato degradado – informação que o ((o))eco também já desmentiu. “É importante separar a Estrada do Camboatá e a Floresta do Camboatá. A primeira, de fato, sofre com o abandono da prefeitura, com a violência da cidade e com a falta de educação de quem joga lixo e entulho nas suas margens. Mas, dentro dos muros do Camboatá, há uma floresta de Mata Atlântica pujante, lar de centenas de espécies de árvores, plantas e animais, incluindo 20 espécies ameaçadas de extinção”, desmente a cartilha.
Outra afirmação da concessionária, a de que a construção do autódromo irá desmatar apenas dois terços da floresta – que possui 160 hectares de extensão – é rebatida com o argumento de que: “os dois terços da floresta que serão desmatados levam em conta apenas a área exata da projeção dessas estruturas sobre a floresta. Mas, todo mundo sabe que para construir é preciso abrir caminhos, fazer cortes de terreno, terraplanagem, abrir espaço para movimentação de máquinas pesadas… Ou seja, sobraria praticamente nada da Floresta do Camboatá”.
Confira o resto da cartilha produzido pelo Movimento SOS Floresta do Camboatá, neste link. (Duda Menegassi)
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